Mais da metade dos maiores lagos e reservatórios do mundo agora contêm menos água do que há três décadas – e um clima mais quente e o consumo humano de água são os principais culpados.

Lagos e reservatórios armazenam 87% da água doce líquida na superfície da Terra. Mas uma nova pesquisa usando observações de satélite junto com dados climáticos e modelagem mostra que 53% dos maiores lagos e reservatórios da Terra agora armazenam significativamente menos água do que em 1992. A quantidade total de água perdida é estimada em 144,5 milhas cúbicas (602,3 quilômetros cúbicos).

O Brasil, neste mesmo período perdeu 15% das suas reservas de água doce, segundo análise de satélites feita pela equipe do MapBioma.

Apenas um quarto dos lagos e reservatórios agora armazenam mais água do que em 1992. Os pesquisadores também descobriram que 25% da população mundial vive em bacias de lagos secos. 

Um novo estudo publicado na revista Science sobre armazenamento global de águas doce em lagos, descobriu que os lagos estão secando nos trópicos úmidos assim como nas regiões áridas. Pesquisas pretéritas um padrão de regiões secas se tornando mais secas e regiões úmidas se tornando mais úmidas.

De acordo com a pesquisa, o aquecimento climático e o consumo humano foram os principais responsáveis ​​pela perda de água dos lagos, enquanto a sedimentação – o acúmulo de detritos – foi o maior fator nos reservatórios.

Menos água nos lagos significa menos disponibilidade para consumo humano – desde irrigação e usos industriais até o abastecimento doméstico de água potável – e baixos níveis podem interferir na produção de energia hidrelétrica. Os ecossistemas dos lagos também sofrem, com populações de peixes e aves migratórias em risco quando a água baixa. E quando os lagos salgados secam, o leito do lago recém-exposto pode se tornar uma fonte de tempestade de poeira, degradando o solo próximo e causando problemas de saúde.