Uma equipe do Queen Square Institute of Neurology da University College London após revisarem 332 artigos internacionais publicados entre 1968 e 2023, acaba de concluir o quanto os efeitos das mudanças climáticas vão afetar negativamente a saúde das pessoas com doenças neurológicas.
De acordo com os pesquisadores, as doenças neurológicas e os seus tratamentos podem prejudicar todos os aspectos da capacidade de termorregulação do indivíduo. Os mecanismos fisiopatológicos da doença em si podem ser agravados por respostas termorreguladoras normais.
Durante a onda de calor europeia de 2003, verificou-se excesso de mortalidade na França, com 14.539 óbitos, dos quais 25% das mortes estavam relacionadas a doenças neurológicas, crônicas ou agudas. Um efeito semelhante ocorreu no Reino Unido durante a onda de calor de 2022.
Entre os artigos, havia evidências de estudos realizados nos Estados Unidos e na Coreia do Sul de que a incidência de AVC isquêmico aumentava com o aumento da temperatura e da umidade. No Canadá e na Espanha a incidência de AVC aumentava quando as temperaturas caíam. Em Madrid, as internações hospitalares relacionadas à doença de Alzheimer aumentaram 23% após uma temperatura máxima diária mais de 1 °C acima da temperatura limite da onda de calor de 34 °C.
Acontece que,quando você começa a “tirar” o cérebro dessas faixas de temperatura, ele deixa de funcionar tão bem, podendo causar nas pessoas problemas relacionados à saúde, o que significa que a regulação térmica já foi prejudicada. Podem ainda, apresentar doenças cerebrais, o que significa que também não conseguem controlar essas mudanças, estas pessoas podem estar em uso de medicação, o que significa que a termorregulação será afetada. Então, como resultado de todos esses fatores, pode haver mudanças na maneira como o cérebro funciona, tanto o cérebro saudável quanto o cérebro doente.
O artigo foi publicado no The Lancet Neurology,