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Nova líder da OMC quer vacinas para os países pobres

 

Por Claudia Mastrange

Nomeada em 15 de fevereiro para chefiar a Organização Mundial do Comércio (OMC ) e primeira mulher a liderar a instituição, a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, ex-ministra das Finanças do país africano, declarou que a OMC deve retomar o objetivo de melhorar o nível de vida das pessoas e promover o acesso dos países pobres às vacinas contra a Covid-19.

Ngozi afirmou, em entrevista à agência de notícias France Presse (AFP), que a organização é “demasiado importante para estar atrasada, paralisada e moribunda”. Assumindo o cargo em 1º de março, ela já enumerou seus objetivos imediatos: assegurar que as vacinas sejam produzidas e distribuídas em todo o mundo, não só nos países ricos, mas também resistir à tendência para o protecionismo que cresceu com a pandemia, de modo que o comércio livre possa contribuir para a recuperação econômica.

“Creio que a OMC pode contribuir mais para a resolução da pandemia de covid-19, ajudando a melhorar o acesso às vacinas por parte dos países pobres”, afirmou. E, para dar melhores condições de vida à população desses povos, segundo ela, é preciso “criar empregos decentes”, sendo que “o comércio tem certamente um papel a desempenhar na recuperação econômica”.

A escolha da nigeriana para liderar a OMC acontece após a saída do brasileiro Roberto Azerêdo do cargo, em dezembro de 2020, e a retirada, no último dia 5, da candidatura da ministra do Comércio sul-coreana, Yoo Myung-hee, a única que ainda disputava o cargo com Okonjo-Iweala.

 

Brasil : apoio para fortalecer o livre comércio

A nova líder da OMC nasceu em 1954 na Nigéria, mas passou grande parte de sua vida nos Estados Unidos, onde estudou em duas prestigiadas universidades, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Harvard, após testemunhar uma guerra civil e seu país, na adolescência.

Ngozi Okonjo-Iweala iniciou carreira em 1982 no Banco Mundial, onde trabalhou durante 25 anos. Em 2012, não conseguiu tornar-se presidente da instituição financeira, que escolheu para o cargo o norte-americano de origem sul-coreana Jim Yong Kim. Foi por duas vezes ministra das Finanças da Nigéria e chefiou a diplomacia do país durante dois meses.

O Itamaraty parabenizou Ngozi e informou, em nota, que trabalhará em colaboração com ela “para fortalecer a OMC em sua missão fundamental de promover o livre comércio entre economias de mercado; estimular as reformas necessárias à organização nos seus três pilares – negociações, solução de controvérsias e transparência; e assegurar resultados realistas e ambiciosos na 12ª Conferência Ministerial da OMC em 2021, especialmente em agricultura”, diz a nota.

Com informações das Agências Internacionais

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