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Novembro azul: Medicina Nuclear tem papel fundamental no combate ao câncer de próstata

A técnica pode trazer melhores resultados na avaliação do funcionamento dos órgãos e sistemas, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear

Novembro é o mês estinado à campanha de conscientização do câncer de próstata. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens e, em valores absolutos, considerando ambos os sexos, também é o segundo tipo mais recorrente. É rotulado como uma doença da terceira idade, já que cerca de 75% dos diagnósticos positivos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.

Outro dado do INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostra que, no país, cerca de 71.730 novos casos de câncer de próstata podem surgir por ano até 2025.

Segundo a médica especialista em Medicina Nuclear, Dra. Roberta Hespanhol, o tumor de próstata geralmente cresce lentamente, sem causar sintomas. Contudo, nos estágios mais avançados da doença, pode levar à dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga, hematúria (presença de sangue na urina) e até dor óssea, quando o tumor se espalha para os ossos (metástases ósseas).

“O rastreamento da doença é feito pelo exame físico com o toque retal e através da dosagem no sangue do PSA (antígeno prostático específico – proteína produzida pelo tecido prostático e avaliada em exame laboratorial). Na suspeita do tumor, outros exames de detecção são solicitados e o diagnóstico é confirmado pela realização da biópsia da próstata. Uma vez definido o diagnóstico, exames podem ser solicitados pelo especialista para avaliar a extensão da doença”, explica a Dra. Roberta.

A medicina nuclear, especialidade médica que utiliza substâncias radioativas (radiotraçadores) para realização de exames e tratamentos inovadores, pode ajudar muito em diversos momentos do manejo do paciente com câncer de próstata.

A cintilografia óssea, por exemplo, tem seu papel já estabelecido e é recomendada nos NCCN guidelines. Já o exame de PET/CT com PSMA, indicado para os pacientes com risco intermediário a alto, é capaz de localizar células cancerígenas de tumores provenientes da próstata. Ele detecta precocemente os focos de câncer antes das alterações anatômicas, o que permite uma melhor avaliação no estadiamento da doença e no cenário de recidiva bioquímica.

“No tratamento, temos ferramentas eficazes em melhorar a qualidade de vida e o tempo de vida dos pacientes com câncer de próstata. Em 2015, a ANVISA concedeu registro para o uso do Rádio-223, radiotraçador que mimetiza o cálcio presente nos ossos, sendo capaz de se concentrar em metástases ósseas do tumor de próstata, emitindo radiação capaz de destruí-las.

Mais recentemente, uma nova terapia radioisotópica utilizando o 177Lu-PSMA-617 se mostrou eficaz no tratamento do câncer de próstata metastático, resistente à castração, e com menos efeitos colaterais que as terapias vigentes”, afirma a especialista.

A medicina nuclear tem permitido agregar potencial diagnóstico e terapêutico no combate ao câncer de próstata, com benefícios para os pacientes.

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