Era junho de 2007, Dia dos Namorados, quando o grupo Serenata & Cia, liderado por Fredi Jon, partiu de São Paulo rumo a Barueri, para animar um baile romântico. O salão comunitário estava enfeitado com balões vermelhos, luzinhas piscantes e um perfume doce no ar. A missão: emocionar, surpreender… e fazer rir.
Chegando ao salão, logo a primeira surpresa: uma senhora de quase 80 puxou Fredi pelo braço:
— Meninos vocês estão muito lindos mas… canta aquela do Roberto, senão meu namorado não me beija! Por favor!
E ali, sem nem passar o som, começaram: “Como é grande o meu amor por você…”
O beijo estalado veio, arrancando aplausos e sorrisos. Fredi então murmurou:
— Pois é pessoal, o amor não envelhece… só muda o ritmo.
No meio da noite, um pedido especial: um rapaz ajoelhado chamou a namorada para o centro da pista e, com um anel de fita de cetim, pediu-a em casamento. O jovem simples disse estar sem dinheiro, mas sobrando amor. Pediu uma canção, tema de um musical. Todos aplaudiram de pé a dança do casal, enquanto Fredi pensava:
— A coragem de amar é sempre um espetáculo à parte…
Depois, a diversão: a “Serenata Desafinada”. Casais se revezaram ao microfone. Um senhor cabeludo cantou Não se vá, da dupla Jane e Herondy em versão heavy metal, arrancando gargalhadas, enquanto sua namorada soltou um falsete tão agudo que até o lustre tremeu. No meio da bagunça, Fredi parou e olhou em volta:
— Aqui o que vale é a criatividade na hora de se cantar o amor, vale tudo… Alguém mais?
Já de madrugada, o grupo percorreu o salão com serenatas individuais. Cada casal ganhou sua canção, abraços apertados e lágrimas discretas. Era de fato um baile para todas as idades. Ao final, quando todos se despediam, um senhor se aproximou e disse:
— Não sei se volto aqui ano que vem… mas esta noite vai comigo para sempre. Já alguns adolescentes acompanhados de seus pais diziam ter se divertido bastante
No caminho de volta, exaustos e felizes, a trupe relembrava os acontecimentos e Fredi refletiu:
— A gente não canta só para os outros… canta para lembrar a nós mesmos que o amor vale cada nota, cada quilômetro, cada momento, porque tudo passa…mas fica!
E todos concordaram: naquela noite, Barueri não dormiu cedo, e o amor ganhou trilha sonora, desafinada, emocionada, mas eternamente viva.