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O Cantador de Histórias: O fetiche adolescente

fetiche adolescente

Hoje vamos contar a história de Júlio, um jovem que nem tinha acabado de sair da adolescência direito.

Júlio procurou a trupe da serenata porque queria se declarar para seu grande amor, Ana Clara.

O moço disse para nosso seresteiro que o melhor momento para realizar o pedido seria  durante a caminhada matinal da garota, já que ela andava muito ocupada e passava o dia todo atarefada.

Todos os detalhes foram combinados e em uma segunda-feira do mês de janeiro às sete e meia da manhã nosso trio de seresteiros estava a posto na porta de um dos maiores parques da zona leste da cidade de São Paulo.

Nossos seresteiros estavam sofrendo com tanto calor embaixo daquele figurino estilo anos 1930, até que Júlio apareceu esbaforido dizendo que Ana Clara estava terminando o alongamento e já iria sair.

Então os músicos se posicionaram, e assim que a moça colocou o pé na rua começaram a cantar.

A reação de Ana Clara foi bem diferente, no primeiro momento ela ficou surpresa, depois sua expressão começou a mudar, e ela começou gesticular pedindo para que os músicos parassem de tocar.

– De quem foi essa ideia? – perguntou a moça nervosa.

– Não, nem precisa me responder!!!, Aposto que isso é coisa daquele garoto maluco, não é mesmo?

Ana Clara correu até onde estava Júlio e o trouxe puxado pelo braço:

– Eu sou babá da irmã desse menino, sou casada, e nunca lhe dei confiança, já ele, não me deixa em paz!!

– Vocês são minhas testemunhas, eu vou largar o emprego na casa da família dele, e se ele continuar com isso vou pedir uma medida protetiva.

Nesse momento a entrada do parque estava lotada de curiosos tentando entender o que estava acontecendo, até que do meio da multidão surge uma mulher mais furiosa ainda que Ana Clara.

– Mas o que está acontecendo aqui?

– É seu filho, dona Júlia, ele não me deixa em paz, contratou uma serenata pra mim, vê se pode!!! Eu não volto mais para sua casa.

Ana Clara deu as costas para todo mundo e saiu correndo, a mãe do garoto estava vermelha feito um tomate maduro, ela se virou para nossos músicos perguntou se o filho já havia acertado o trabalho e nosso seresteiro disse que faltava uma parte ainda. A mulher perguntou quanto seria e logo em seguida fez um pix. Pediu desculpas para a trupe e puxando o filho pelas orelhas saiu gritando e dando petelecos no rapaz.

– O que você tem na cabeça? Já é a terceira babá que perco por conta de suas maluquices.

É minha gente, nem tudo são flores no reino encantado da serenata, ainda mais se tratando de adolescentes cujos hormônios estão sempre FERVENDO.

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