Jornal DR1

ONU / ODS 14

Por Franciane Miranda

Um dos bens mais preciosos da humanidade segue resistindo à poluição e sofrendo duros impactos frutos das nossas ações. São dos oceanos e mares que retiramos alimento, trabalho, turismo e tantos outros bens naturais que contribuem de forma direta para nossa sobrevivência. A Organização das Nações Unidas (ONU), junto com os chefes de Estado das principais nações do mundo, se reuniram em Nova Iorque na ‘Conferência sobre os Oceanos’. O tema central discutido no encontro com os líderes foi o 14° Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que possui como meta principal preservar os oceanos e seus recursos. O compromisso firmado entre os países faz parte da agenda 2030 da ONU para transformar nosso mundo.

Os oceanos são de extrema importância para vida na Terra. Eles contribuem diretamente para preservação do planeta absorvendo 30% do dióxido de carbono fruto do aquecimento global gerado pela presença humana. São neles que vivem cerca de 200 mil espécies, mas especialistas estimam que existam milhões de seres vivos. Suas águas envolvem ¾ da superfície terrestre, comportam 97% do recurso hídrico do planeta e, além de representarem 99% do volume de vida terrena, eles exercem um papel decisivo no sistema climático global.

É crucial que os governos gerenciem políticas de preservação dos oceanos para que eles possam continuar sendo fonte de sobrevivência da humanidade. De acordo com dados da ONU, 40% deles atualmente sofrem enormes impactos provenientes das atividades humanas, sobretudo devido à poluição e perdas de habitats costeiros.

A revolução industrial está diretamente ligada aos impactos ambientais causados nos oceanos. As alterações no clima provocadas pela queima de combustível poluem a atmosfera causando o efeito estufa e contribuindo para acidificação dos oceanos. O aumento da acidez de suas águas interfere no pH e desencadeia sérias consequências para a flora e fauna aquática. Estas mudanças climáticas também têm alterado o aquecimento de suas águas de forma veloz, o que prejudica o ciclo natural da vida de muitos seres vivos que sobrevivem nesse habitat.

Reconhecendo a importância dos oceanos para continuação da vida na terra, a ONU destaca que os governos precisam implementar ações ligadas à sustentabilidade com apoio da comunidade científica, com o objetivo de evitar ou diminuir a poluição marinha de todos os tipos e, com isso, impedir maiores impactos. É necessário cuidar e preservar dos ecossistemas marinhos para que eles possam se regenerar através de sua capacidade de resiliência e assim continuarem sendo produtivos.

Os oceanos, além de oferecer alimento para milhares de seres vivos no planeta, são fontes de emprego para muitos trabalhadores. O ofício da pesca emprega de forma direta e indireta mais 200 milhões de pessoas ao redor do planeta. No mundo, são pescadas cerca de 80 milhões de toneladas de peixes. Das suas águas saem a principal fonte de proteína da terra, com mais de três bilhões de pessoas usando os frutos da atividade para alimentação.

Preservar o amanhã

Acabar com a pesca destrutiva está entre os objetivos estabelecidos para preservar estes recursos marinhos, além de proibir qualquer tipo de incentivo ligado à pescaria que colabore de alguma forma para prática ilegal, não reportada e não regulamentada. Outro ponto fundamental é assegurar que pequenos grupos de pescadores artesanais a tenham acesso aos bens marinhos e, consequentemente, seus mercados, assim como instruí-los sobre o quanto é essencial respeitar estes espaços e o ciclo da vida para que o meio ambiente continue em equilíbrio e produzindo vida para futuras gerações.

Há muitos anos os seres humanos usam a pesca como uma das principais fontes de sobrevivência. No mundo globalizado os recursos marinhos, costeiros e das indústrias, são de fundamental relevância para o mercado financeiro global. Segundo a ONU, esta prática movimente cerca de US$ 3 trilhões e representa 5% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial.

Entre as metas está aumentar os benefícios financeiros para países insulares e os em desenvolvimento para que eles possam gerir de forma sustentável todos os bens provenientes dos oceanos, como a pesca, aquicultura e turismo.

A ONU também chama a atenção para que a preservação das áreas naturais oceânicas seja colocada em prática por meio do direito internacional mostrado e discutido na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Unclos), onde foi apresentado um plano legal para proteção e uso consciente dos ecossistemas aquáticos.

O conhecimento científico e o monitoramento da saúde dos oceanos através de pesquisas tecnológicas é essencial para o processo de recuperação e manutenção do equilíbrio da biodiversidade marinha, além da manutenção de suas espécies. O uso consciente, de forma positiva e sustentável, desses recursos irá contribuir para o desenvolvimento dos países menos favorecidos ou que seguem em evolução. Mudar hoje é garantir que as próximas gerações não sofrerão com o descaso de nossas ações. Implementar estas mudanças significa preservar o amanhã e garantir um futuro melhor para todos os seres vivos do planeta.

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