Jornal DR1

JORNAL DR1

Edições impressas

Opinião: Quanto custa a pobreza no Brasil

REUTERS Amanda Perobelli

Fico perplexo e imaginando quantas pessoas poderiam ser resgatadas da extrema pobreza se nossos políticos, grandes empresários e banqueiros destinassem uma parte dos gastos com publicidades, viagens, etc em investimento social.

Milhares de reais dos cofres públicos são torrados pelos políticos em atividades desnecessárias, que não trazem nenhum benefício para o povo, seja no âmbito estadual ou federal.

Cifras astronômicas são consumidas para satisfazer interesses pessoais dos políticos. Os grandes empresários e banqueiros gastam fortunas em publicidade contratando artistas nacionais e internacionais a “peso de ouro”, para apresentarem suas marcas em propagandas inúteis, pois somente refletem uma parte da sociedade consumidora, enquanto que a outra sequer tem o que comer. É uma violenta agressão aos necessitados.  

Propaganda de roupa de grife, do arroz e do feijão, do investimento financeiro dos bancos, do aparelho de TV, do automóvel, do aparelho celular, do restaurante, das viagens de avião, entre outros oferecimentos, atinge cerca de 20% da população brasileira que pode consumir, enquanto que 80% são privados desses bens.

O contraste é aterrorizante.

Segundo dados do IBGE o percentual de pessoas que vivem na extrema pobreza sobrevivem com menos de R$ 11,80/dia. Os considerados pobres, passam com menos de R$ 20,10/dia. No Brasil em 2023 foram registrados 12,7 milhões na extrema pobreza e 67,8 milhões na pobreza.

O Norte e Nordeste concentram o maior volume de pessoas nesses dois estratos sociais.

Cerca de 55% da extrema pobreza está no Nordeste, local de 27% da população brasileira. Além disso, mais da metade (51%) dos moradores da região vivem em situação de pobreza.

Considerando a desigualdade quanto à questão racial, os dados são extremos, 70% dos pobres e extremamente pobres são pretos e pardos. Entre as pessoas pretas ou pardas, 40% eram pobres, percentual duas vezes superior ao da população branca (21%).

Relatório da ONU de 2023, mostra que há 10,1 milhões de pessoas que estão em situação de insegurança alimentar grave no Brasil. Os dados da pesquisa também mostram que no Mundo, 800 milhões de pessoas estavam nessa mesma situação em 2022. As informações são do levantamento Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, que estimou que, de 2020 a 2022, cerca de 900 milhões de pessoas tiveram insegurança alimentar grave. O número representa 11,3% da população mundial.

Eram 2,4 bilhões de pessoas as que registraram ter insegurança alimentar moderada ou grave no mesmo período, o que representou 29,6% da população mundial. Além disso, a organização estimou que, em 2030, cerca de 600 milhões de pessoas ficarão cronicamente desnutridas.

Fome e desnutrição segundo “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” a desnutrição é definida como a condição de um indivíduo cujo hábito de consumo de alimentos é insuficiente para fornecer, em média, a quantidade de energia dietética necessária para manter uma vida normal, ativa e saudável. Já a fome é definida pela como uma sensação desconfortável ou dolorosa causada pela energia insuficiente da dieta.

Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 32 milhões de crianças vivem na pobreza no Brasil, ou seja, 63% do total. Essa situação aterrorizante precisa ser combatida e eliminada a todo custo. Nossos políticos, empresários e banqueiros, tem que ter compromisso com a Nação, com o povo. Não podemos mais deixar a população nas ruas, embaixo das marquises.

Não existe passado e nem futuro para essa população. O relógio do tempo gira 360 graus para a população pobre, ou seja, não sai do lugar, pois que aconteceu hoje aconteceu ontem, e vai acontecer amanhã.

Precisamos dar um basta nessa situação. O presidente, que se auto intitula defensor dos pobres, tem que dar o exemplo. Tem que gastar menos em viagens inúteis, e destinar esses recursos para saúde, educação, moradia e segurança.

Nossos governantes têm que tomar atitudes. Tem que mostrar vontade política para vencer a desigualdade social, tem que abrir mão de privilégios ao custo da miséria e da fome da população. Não existe democracia onde impera a fome e a miséria.

Confira também

Nosso canal

Mulheres que Fazem a Diferença