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Plano Detalhe: Alien: Romulus

O ano de 1979 trouxe um marco para o cinema com a estreia do inovador Alien, O Oitavo Passageiro de Ridley Scott. Naquele momento vimos a junção da ficção científica com o terror espacial como nunca antes. Sua ideia de trabalhar o desconhecido e o claustrofóbico com o subtexto da exploração corporativa, da violação do corpo humano, a gravidez e da maternidade e também do que define um ser humano preenche o filme com uma experiência mais completa e inesquecível. Tudo isso envelopado em uma das identidades visuais mais icônicas do entretenimento como um todo. 

Em Aliens, O Resgate de James Cameron, a franquia rumou para um aspecto mais de ação e assim seguiu entre poucos acertos e muitos erros. E após 2017 ficou em um limbo negativo com o lançamento de Alien Covenant. Porém, agora em 2024, tivemos o que podemos dizer: O retorno de Alien às origens. O retorno ao terror espacial.

Alien: Romulus é justamente uma ressurreição que Ridley Scott executou em 1979. O terror claustrofóbico está de volta, junto com o destaque necessário ao famoso Xenomorfo. E o que o novo diretor fez, Fede Alvarez, pode ser considerado uma homenagem ao primeiro filme, emulando situações e cenas que são praticamente idênticas. O novo longa não parece tão novo, porém a jornada em si nos leva em uma gangorra de emoções que funcionam até o fim. Falta ao roteiro ter mais originalidade em vez de tanto se escorar no clássico, mas o toque particular de Alvarez mostra que suas habilidades encaixam perfeitamente na franquia. O uso do silêncio, dos sons quando necessário, da criação do clima emergencial; como vemos em O Homem nas Trevas

Um dos maiores problemas está na dinâmica e desenvolvimento dos personagens. Apesar de serem poucos em tela, não se consegue transmitir ao espectador que eles são significantes ao ponto de nos importarmos. Diferente da protagonista e seu sintético companheiro que ao decorrer da história vão crescendo. É bem provável que você assista até o fim com o receio do que possa acontecer a eles.

Outra questão que pode incomodar bastante é a forma como o roteiro tenta interligar e amarrar as situações. Existem pequenos furos aqui e ali e muitas conveniências que poderiam de fato estragar por completo a experiência do filme, mas Álvarez ainda assim consegue manter o interesse do público colocando-os sob tensão do início ao fim, algumas vezes sendo bem criativo.

Alien: Romulus não é uma grande novidade e não tenta contar uma grande história. Seus méritos estão presos ao que já foi feito no primeiro filme, é verdade, mas com certeza é um bom reinício para que continue nesse rumo; focar mais na relação dos personagens em sobreviver em um ambiente hostil, tanto para o ser humano quanto para a criatura, envelopado em um subtexto social sobre a dominação do mais forte contra o mais fraco.

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