Deputada Lilian Behring articula audiência após reunião com aposentados e sindicato; objetivo é cobrar soluções concretas do banco e defender direitos ameaçados

Uma mobilização crescente por justiça e dignidade resultou em um importante avanço para os aposentados do Banco Itaú. Após reunião realizada no dia 2 de abril no gabinete da deputada estadual Lilian Behring (PCdoB-RJ), foi confirmada a realização de uma audiência pública no dia 16 de junho, às 14h, no auditório do 21º andar da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A iniciativa parte diretamente da articulação da deputada, em resposta ao clamor de ex-funcionários e representantes do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.

O encontro reuniu lideranças sindicais como a vice-presidenta Katia Branco e os diretores Noemi Valença, Celso Ferreira, José Antonio e Robson Santos. Todos relataram o drama vivido por milhares de aposentados do banco, que enfrentam custos insustentáveis com planos de saúde após a extinção da contribuição patronal, anteriormente prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O valor médio das mensalidades chegou a ultrapassar R$ 4.000 por casal, mesmo nos planos mais básicos.

Com base nas denúncias e nos documentos apresentados, a deputada Behring agiu rapidamente.

“Não se trata apenas de um problema financeiro. Estamos falando de saúde, de sobrevivência e, acima de tudo, de respeito com quem dedicou décadas ao setor bancário. A realização dessa audiência é um passo fundamental para dar visibilidade ao problema e cobrar do Itaú sua responsabilidade legal e social”, afirmou.

A parlamentar também destacou que a situação vivida pelos aposentados do banco pode configurar desrespeito à legislação federal.

“O artigo 31 da Lei 9.656/98 garante o direito de manutenção no plano de saúde nas mesmas condições oferecidas aos funcionários da ativa. O que está acontecendo é uma clara violação desse princípio, e não vamos admitir que isso continue sem resposta institucional”, declarou Lilian Behring.

A audiência pública buscará envolver o Ministério Público do Trabalho (MPT), entidades sindicais, especialistas em direito do consumidor e representantes do banco, com o objetivo de abrir caminho para uma solução concreta e negociada.

A deputada também criticou a postura do Itaú nas negociações conduzidas pelo MPT desde outubro de 2023.

“É inaceitável que, após tantos meses de mediação, o banco não tenha apresentado nenhuma proposta efetiva. Essa omissão não pode mais ser tolerada. A audiência será um espaço legítimo de pressão e exigência por uma resposta à altura da gravidade do problema”, reforçou Behring.

Entre as reivindicações principais estão a criação de uma faixa de plano específica para aposentados, com custos compatíveis com a renda dos beneficiários, e a suspensão imediata dos reajustes enquanto as negociações estiverem em curso.

Para os aposentados, a audiência pública representa uma oportunidade de finalmente serem ouvidos pelas instituições e pela sociedade. Já para a deputada, é um compromisso assumido com uma causa que, segundo ela, “não pode mais ser tratada com silêncio ou desprezo. Nosso mandato está ao lado de quem trabalha e constrói este país – e não aceitaremos que os direitos dos aposentados sejam tratados como custo a ser descartado”.