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Programa Esse Rio é Meu chega a todas as escolas municipais do Rio de Janeiro 

Foto: Águas do Rio

Em 2024, todos alunos das 1.556 escolas municipais do Rio de Janeiro terão a oportunidade de expandir seus conhecimentos sobre o meio ambiente e cidadania, por meio do programa “Esse Rio é Meu”. O projeto é idealizado pela OSCIP planetapontocom, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e patrocínio da Águas do Rio.

Com o objetivo de estimular o processo de aprendizagem, o programa Esse Rio é Meu envolve uma estratégia pedagógica inovadora e incorpora o conceito de literacia da natureza, encorajando os mais de 600 mil alunos a ler, interpretar e se apropriar das mensagens transmitidas pela natureza, ao mesmo tempo em que desenvolve o senso crítico e a cidadania das crianças.

Por meio de atividades lúdicas e conhecimentos interdisciplinares, os alunos serão instigados a serem protagonistas da recuperação dos rios do município, aprendendo mais sobre a história dos corpos hídricos e sobre como atuar pela sua preservação.

“Educar por meio de causas é um estímulo a mais para o aprendizado. Além de aprender as matérias curriculares, esses alunos desenvolverão outras competências, como liderança, noções de sustentabilidade e educação cívica. É importante que a escola seja um espaço de desenvolvimento integral das nossas crianças, dando ferramentas para que elas sejam protagonistas das suas próprias vidas, mas também da vida comunitária”, explica Silvana Gontijo, presidente do planetapontocom, organização responsável pela implementação do programa no município.

Silvana destaca também a importância da escola se manter interessante, mesclando conteúdo curricular com atividades práticas, que despertem nos alunos a importância do seu papel como atores sociais. “Com o programa Esse Rio é Meu estamos contribuindo para a conscientização e preservação ambiental, e ainda mais que isso, estamos fazendo com que essas crianças se tornem cidadãos responsáveis e engajados. É comum, depois de adulto, nos questionarmos o porquê de termos aprendido determinada matéria se não a utilizamos na vida, de acordo com as escolhas profissionais. Quando você alia a educação a uma causa, todo conteúdo ganha relevância e aplicação prática”, explica Silvana.

Mesmo com um aumento de 50,68% nas escolas participantes em 2023, o projeto alcançou sucesso ao envolver os alunos na melhoria de 163 patrimônios hídricos. Entre os exemplos estão iniciativas como o podcast, criado por alunos da D. João VI, escola da Zona Norte do Rio. Orientados pela professora Inês Valpaços, a turma Arco-íris EI 51/2023 compartilhou seus aprendizados e os cuidados que precisam ter com a natureza, principalmente em relação ao Rio Faria Timbó, patrimônio hídrico que fica perto da escola.

Já a turma da escola General Osório, em Coelho Neto, mesclou conhecimento e tecnologia e, por meio do audiovisual, falou sobre a importância da preservação dos rios em um curta-metragem. Ainda usando a criatividade, os alunos da escola Senador João Lyra Tavares, em Lins de Vasconcelos, se tornaram jornalistas por um dia e criaram um telejornal temático, incluindo até reportagens relatando o sofrimento que os moradores passam por conta do descaso no cuidado com o rio.

Outro caso no qual a criatividade foi utilizada, é da Kayllane Hortêncio, de 15 anos, moradora de Coelho Neto e aluna da Escola Municipal Charles Anderson Weaver. A estudante mostrou o impacto positivo do programa ao conquistar o 1º lugar no Prêmio COMDEDINE de Pesquisa Escolar com um poema sobre racismo ambiental, o conteúdo foi criado com base nos aprendizados que teve graças ao projeto.

Para os alunos da Escola Municipal General Euclydes de Figueiredo, a forma de contribuir com o meio ambiente foi por meio de uma atividade prática, na qual puderam visitar e vistoriar o rio Trapicheiros. Após a conclusão, a turma escreveu uma carta à associação de moradores e distribuiu materiais informativos nas proximidades do rio. Já a turma da Escola Municipal Waldir Azevedo Franco optou por uma abordagem diferente. Realizaram uma passeata, solicitando aos moradores do bairro que se conscientizassem sobre a coleta seletiva, para que se tenha uma maior preservação do rio Barão de Capanema.

Os patrimônios hídricos, além de exigirem cuidados ambientais, precisam ser lembrados, e esse é também um ensinamento adquirido no projeto. Com esse propósito, os estudantes do Espaço de Desenvolvimento Infantil Maria do Carmo Souza Piran realizaram uma grande ação para que a placa do rio Lúcio seja substituída, pois a atual está coberta por pichações e desgastada.

Todas as ações contribuem diretamente para a limpeza dos rios, entretanto, é necessário que exista também uma ação real da sociedade para que os estudantes tenham sucesso na missão e que toda uma população possa aproveitar o que é para ser de todos.

“Durante o processo de aprendizagem, os estudantes se tornam multiplicadores dos saberes e conseguem engajar a comunidade em seu propósito. É lindo ver as iniciativas que os alunos desenvolvem para que tenham de volta seus rios”, defende Silvana.

Sobre planetapontocom

O planetapontocom, fundado em 2004, é uma organização que desenvolve soluções inovadoras para a educação pública brasileira, atuando com e por meio de causas. Ao cuidar dos nossos rios a partir das escolas, planetapontocom alia sustentabilidade, entretenimento e educação para contribuir com a formação de cidadãos comprometidos com o planeta.

A organização atua por meio de três frentes: o programa Esse Rio é Meu, voltado para alunos do Ensino Básico e Ensino Fundamental, a Turma do Planeta, um imaginário lúdico que ensina por meio da cultura, da midiaeducação e do meio ambiente; e a Revistapontocom, uma publicação de vanguarda voltada para educadores.

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