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Que se faça a luz nas sociedades modernas

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A lei dos homens, sempre se fez injusta para com as mulheres. Não obstante, estas nunca se quedaram silentes ou submissas, sem opor resistência à opressão de gênero, a que têm sido submetidas.

Desde o criacionismo, que atribui a Eva, a culpa pelo pecado venial, quando teria induzido Adão, valendo-se do poder da sedução, a cometê-lo, decorrendo na perda do Paraíso, de onde os dois, teriam sido expulsos, e a partir deste “deslize,” Eva fora condenada a parir seus descendentes, mediante o sofrimento da dor, a mulher tem vivido, sob a égide de falsas acusações.

Tudo mais que signifique perda, vem sendo atribuído a mulher através de místicas e, misticismos que lhes são creditados, desde a prática da lascívia as bruxaria, que as supliciava nas fogueiras da inquisição, servindo a pretextos para perdas de direitos.

O iluminismo, filosofia que surgiu promovendo ideias de liberdade, progresso e tolerância, teve em Condorcet, um opositor a Adam Smith, no tocante aos direitos das mulheres.

Adam, um dos seus principais mentores, e propagadores, o inglês economista, preconizava que as mulheres, estariam propensas a inviabilizar o crescimento da economia. Enquanto o matemático Condorcet, defendia a igualdade de direitos políticos às mulheres.

Da mesma sorte, o filosofo Jonh Locke, discorria que a ideia de sobrepor os homens, acima das mulheres, em termos da igualdade de direitos, fora criada pelos próprios homens.

O Iluminismo, que vigorou na época em torno do século XVII, como um pensamento filosófico, contestando o absolutismo do poder real, a aristocracia e o clero, se avolumou com tamanha força na sociedade, que é considerado como uma das molas propulsoras, que desencadeou a revolução francesa.

Contudo, as ideias propagadas contra a participação social feminina, nos espaços de poder, foram limitadas, estando os preceitos de Adam Smith ainda hoje, influindo como consequência, a inviabilizar o avanço das mulheres, vez que esta percepção, nega as reais contribuições que podem ser agregadas pela mulher, a evolução humana, preconizada por Darwin.

Desta forma, ainda em nossa era, as mulheres percebem salários no patamar de 60 a 75% menor, que aqueles pagos aos homens. O desemprego feminino perfaz em geral um índice de 47,1% do total de 72,2% de homens empregados.

A proteção ao trabalho da mulher, que visa à preservação de sua saúde, enquanto reprodutora da espécie, que representa no contexto natural do universo, é vista como privilégios e, fator redutor da produção à aviltar a justa paga de seus ganhos. Levam ainda em conta, as interrupções da condição feminina, ocorrentes no período menstrual, gravidez, abortos, lactação em sua função de nutriz, que exigem atenção especial. Entendem produzir aumento de despesas, para justificar a redução de salários, mas, que em verdade, são meros tabus, a serem extirpados do subconsciente coletivo.

A desigualdade educacional, entre os gêneros, também tem sido fator redutor dos salários femininos. As estatísticas apontam estar entre as mulheres o maior índice de evasão escolar. O que se deduz ter origem decorrente, da gravidez na adolescência. Questão que poderia ser minorada fosse a educação sexual, ministrada nos colégios, para ambos os sexos, capacitando meninos e meninas, à administração de suas pulsões sexuais, de forma preventiva, a evitar a gravidez precoce.

A conclusão, é que as ideias progressistas iluministas, por sua vez, malgrado a intenção, não foram favoráveis à causa da mulher.

Este fato a época, foi enfaticamente confrontado pela dramaturga, Marie Gouze, que sob o codinome de Olympe de Gouges, se opôs a exclusão das mulheres, dos espaços de decisão, nos poderes da revolução.

Em seu manifesto, a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, contrapôs a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promulgada pelo governo, instituído pelos revolucionários de França.

Neste documento, defendeu a emancipação feminil, o divórcio e o fim da escravidão, conclamando as mulheres, a se rebelarem contra a supressão de seus direitos. Esta atitude despertou a ira de Robiespierre e Marat, que passaram a considera-la desnaturada e, pessoa perigosa aos interesses do Estado Francês, condenando-a morte na guilhotina.

Aos 45 anos, Olympie de Gouges, foi executada em 03 de novembro de 1793, na Praça da Concórdia, aos pés da Avenida dos Champs Elysees, Paris, França.

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