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Raimundo Lima, o Ralie fala um pouco do seu trabalho dentro e fora da música

Jornalista, empresário, professor e consultor de comunicação, o baiano Rallie vem se dedicando de corpo e alma à sua grande paixão: a música.
Depois de realizar o sonho de gravar em parceria com Gilberto Gil, a música “Um Sonho”, Rallie lançou recentemente o álbum Imersão 32D, que tem uma tecnologia pioneira. Ao ouvir cada uma das 13 faixas, o ouvinte é conduzido à sensação de uma apresentação
ao vivo, como se estivesse em frente ao palco. Nessa entrevista,
ele fala do repertório de Imersão 32D, que mescla inéditas, releituras do cancioneiro angolano, composições de sua autoria e de grandes autores da MPB, como Tim Maia e Carlos Imperial, de como é viver entre Salvador e Angola, entre outras curiosidades.

Jornal DR1 – Você é jornalista, empresário, professor e consultor de comunicação. Como a música entrou na sua vida?
Rallie – Gosto de música desde criancinha, minhas atividades profissionais não impediram que eu desse vazão à minha paixão pela
música, mas como ouvinte apenas, não como intérprete. Minha primeira composição, chamada “Quando eu crescer“, fiz aos dez anos
de idade. Aliás, foi nessa época que comprei o primeiro dos meus mais de oito mil álbuns musicais, entre LPs e CDs.

JDR1 – Você fez um excelente trabalho em Angola, inclusive sendo reconhecido como um dos brasileiros que mais promoveu a integração do Brasil com Angola. Fale um pouco desse trabalho.
Rallie – Moro na África há duas décadas, vivendo em Luanda e em Salvador. Lá, como Presidente da Assembleia Geral da Associação dos
Empresários Brasileiros em Angola (Aebran) reeleito em cinco mandatos, como Raimundo Lima (Rallie é nome artístico) apostei no empreendedorismo com ênfase na responsabilidade social e se notabilizou pelas ações de integração dos povos do Brasil e de Angola.
Meu trabalho foi reconhecido inclusive através de prêmios nacionais e internacionais recebidos em Nova Iorque, São Paulo e Luanda, por exemplo. Por isso, sou considerado um dos brasileiros que mais promoveram a integração do Brasil com Angolanas últimas décadas, por minhas diversas ações empresarias, profissionais, culturais e sociais.

JDR1 – Em que você se inspira para compor suas canções?
Rallie – Várias músicas do meu repertório são releituras de canções que estão no meu imaginário desde a infância. São composições ou interpretações de ídolos nacionais como Tim Maia, Paulo Diniz, Altay Veloso, Waldick Soriano e Benito de Paula, por exemplo, ou estrangeiros como Filipe Mukenga, Adélia, Amália Rodrigues, e Michel Jackson, entre outros, que, na minha intimidade eu cantava ao meu modo. Então, nas minhas versões procurei dar interpretação própria, algumas delas muito influenciadas pelo meu background adquirido nas minhas vivências no Brasil e na África, principalmente.

JDR1 – O que você acredita que seja fundamental para um excelente trabalho?
Rallie – Creio que seja fundamental buscar sempre apresentar um trabalho musical que seja atraente e inovador, mas sem perder a
minha identidade pessoal e a coerência desses anos todos de vida, tanto como profissional de comunicação quanto como humanista ou como empresário que atua com responsabilidade social. Na minha carreira artística, esta preocupação é evidente, por exemplo, quando nós lançamos o primeiro álbum em 32D do país. Em “Imersão 32D”,
além de um repertório variado e e bom gosto, a pessoa que usar fone
nos dois ouvidos vai encontrar músicas imersivas, cujos efeitos causam a sensação de que os sons estão sendo reproduzidos em diversas direções. Ao ouvir os áudios mixados com essa tecnologia, é possível sentir também o eco e a distância dos sons como se você estivesse em uma apresentação ao vivo.

JDR1 – Durante à pandemia, você mergulhou em sua essência musical. Quais foram as descobertas nesse período?
Rallie – Estou vibrando com o uso de elementos avançados da tecnologia aliados à boa música. Vamos dar vivas à tecnologia
e à alma que tem sede de flutuar, aquela que que não está presa ao empo nem ao espaço. Descobri que a privação de certas produções
previstas é incrementador da criatividade e impulsionador da busca de novos desafios, propiciando assim uma produtividade impensada.
Com a suspensão das atividades externas, houve a suspensão de shows programados para Portugal, Espanha e Angola nesses dois anos, mas em compensação montei um estúdio em casa, onde passei a gravar
meus álbuns e buscamos novas soluções de produção musical atentos ao cuidado de não haver perda de qualidade, o que nos levou a ir além do que conhecíamos, como foi o caso da utilização pioneira da tecnologia 32D.

JDR1 – Como foi gravar a música Um Sonho, ao lado de Gilberto Gil, que é considerado um dos maiores artistas do Brasil?
Rallie – Para o artista, não há dinheiro que pague o prazer de criar essa possibilidade de provocar alegria, felicidade e emoção nas pessoas. É um sonho em movimento. O próprio encontro no estúdio Ampera, em Salvador, foi um momento único e muito intenso. Foi um feito maravilhoso, pois é realmente um sonho concretizado registrar em disco uma parceria fonográfica com Gilberto Gil, o mais eclético de todos os cantores brasileiros

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