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Santuário Basílica de São Sebastião, a Igreja dos Capuchinhos

Fachada Santuário Basílica São Sebastião - Fonte Flickr

Localizada na Tijuca, igreja é a morada final do fundador do Rio de Janeiro, Estácio de Sá

Na primeira sexta-feira do ano, o Santuário Basílica de São Sebastião é um dos destinos certos na capital do Rio de Janeiro, justamente para a benção dos capuchinos, evento religioso bastante tradicional. Mas poucos sabem que esta igreja não era da Tijuca e sim do antigo Morro do Castelo.

Edificada em 1567 pelo próprio fundador da cidade, Estácio de Sá, a igreja foi um dos marcos da fundação da cidade São Sebastião do Rio de Janeiro (nome real de nossa cidade). Estácio tinha a missão de expulsar definitivamente os franceses da região e fundar a cidade. Segundo as crenças do fundador, o próprio santo teria ajudado os portugueses nas batalhas, recebendo assim a homenagem no nome da cidade e sendo deu padroeiro.

São Sebastião é conhecido pela Igreja Católica como um militar romano que se converteu ao cristianismo nos primeiros anos de sua existência. Promovido a capitão pelo próprio Imperador Diocleciano, Sebastião protegia e reconfortava os cristãos capturados pelos romanos. Descoberto, foi intimidado pelo imperador a renegar sua fé, coisa que recusou. Isso lhe rendeu o martírio, cuja iconografia católica lhe é mais reconhecida: o santo preso a uma árvore, com o corpo crivado de flechas.

Mesmo a imagem sendo chocante, São Sebastião sobreviveu as flechas. Mas como continuou com sua fé cristã, foi condenado à morte definitivamente, sendo morto a pauladas em uma prisão romana. Por seu martírio e seu histórico como militar, os soldados portugueses o cultuavam bastante. Outra importância para o nome da cidade, é que Sebastião também foi um rei de Portugal, conhecido por suas campanhas templárias, que o colocaram como herói militar dos portugueses.

Estácio de Sá faleceu em 1567, não tendo tempo de terminar a igreja em homenagem ao santo padroeiro. O fundador foi ferido por uma flecha envenenada no dia 20 de janeiro, na Batalha de Uruçu-mirim. Estácio resistiu por exato um mês após a ferida, vindo a falecer em 20 de fevereiro. Seu irmão, Salvador de Sá, terminou a construção da igreja e fez desta o túmulo de Estácio em 1583.

Já no ano de 1842, a basílica foi entregue aos cuidados dos frades capuchinos, um ramo da ordem de São Francisco de Assis. O templo existiu até 1922, sendo demolido juntamente com o Morro do Castelo, o que fez com que a cidade perdesse parte de sua história. Contudo, a igreja em si foi transferida para seu endereço atual, na Rua Haddock Lobo, 266, Tijuca. Junto com a mesma, veio três relíquias: uma pequena imagem de São Sebastião, encomendada de Portugal por Estácio; o Marco Zero da cidade do Rio de Janeiro e a placa funerária do fundador da cidade. Seus restos mortais estão no monumento que leva seu nome, no Aterro do Flamengo.

Além de poder ver as relíquias da fundação de nossa cidade, vale a pena visitar a igreja por conta da sua beleza. Em estilo neo-bizatino, com detalhes neorroânticos, seu interior é todo enfeitado por vitrais, mosaicos e mármores coloridos. Dia 20 de Janeiro é marcado pela procissão em homenagem a São Sebastião, evento tradicional do Rio de Janeiro. Tombada como Patrimônio Histórico pelo IPHAN, o Santuário Basílica de São Sebastião, mesmo com sua importância, enfrenta problemas de má conservação.

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