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Serra: A Cidade do Aço – Volta Redonda

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As terras, as quais ocupam o atual município até meados do século XVIII eram praticamente ignoradas e pertenciam as nações indígenas de Puris, Coroados e Araris. Foi, a partir do meados do século, 1727, quando os jesuítas membros da Ordem Religiosa de Padre Ignácio de Loyola cruzaram a Serra do Mar para demarcarem as terras da Fazenda Santa Cruz, que o caminho foi aberto e facilitado para a colonização do Médio Vale do Paraíba do Sul.

Vários colonizadores vindos de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova (atual Resende) em busca de ouro e pedras preciosas deram início ao povoado de Campo Alegre da Paraíba e denominaram o acidente geográfico em curva do rio Paraíba do Sul de ” Volta Redonda”. Mas , somente, a partir de 1765 que o município ganha forma quando José Alberto Monteiro após ter recebido do vice-rei, Conde da Cunha, uma sesmaria às margens do Rio Paraíba do Sul, se instala e constrói a primeira fazenda da região, Fazenda Santa Cecília, atualmente, tombada pelo município e onde funciona o zoológico municipal de Volta Redonda. Sendo a partir daí que alguns povoados surgiram próximos as grandes fazendas que foram construídas durante a imensa movimentação, no século XIX, com o início do “Ciclo do Café”

Por volta de 1864 foi criado o primeiro núcleo urbano chamado “Arraial de Santo Antônio de Volta Redonda” (atual bairro histórico de Niterói) onde na margem esquerda do Rio Paraíba do Sul foi construído um porto fluvial com grande atividade comercial que auxiliava no escoamento, dentre outros, do café produzido na região. Eram 115 km de rio navegável que ligava Campo Belo (atual Itatiaia) ao porto de Ipiranga, logo após Barra do Piraí. Porém o progresso chega, realmente, com a inauguração do trecho ferroviário da Estrada de Ferro Dom Pedro II. Essa relativa prosperidade que Volta Redonda se desenvolvia em meio aos cafezais, logo, conhece a decadência, causada pelo abandono dos escravos, agora libertos, que deixavam as lavouras de café e causavam a falência de vários fazendeiros.

Apesar de Volta Redonda não ter sido, contudo, um povoado de destaque durante a produção cafeeira, ganha a partir da primeira metade do século XX (1941) seu grande destaque com o início do ciclo de industrialização, quando o município foi escolhido para local da instalação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), marcando, com isso, as bases da industrialização.

Esse curioso acidente geográfico volta redonda, que foi berço de nações indígenas, de grandes exploradores, de barões de café, de escravos, barqueiros, caixeiros viajantes e agricultores, cedia lugar a operários vindos das mais diversas regiões. A CSN foi erguida por diversos braços anônimos, operários identificados como pássaro arigó (voando longe para realizar sonhos). Paralelamente a construção da usina, construía-se uma cidade operária e uma escola profissionalizante batizada, mais tarde, de Escola Técnica Pandiá Colágeras (ETPC). Entre 1946 a 1948 a Siderúrgica passa a operar na sua totalidade. A partir de então a realidade social e econômica de um território que abrigava alguns poucos habitantes é hoje inserido no contexto da industrialização brasileira.

Volta Redonda em julho de 1954 deixa de ser oitavo distrito do Município de Barra Mansa, em 1973, o Município foi considerado Área de Segurança Nacional e em novembro de 1985 com o estabelecimento das eleições diretas, passa a ser Município independente. A Bandeira do Município trás a frase em latim “Flumin Fulmini Flexit” que significa ” o rio ante o raio dobrou-se”, uma referência a uma lenda indígena que tentava explicar a origem peculiar do grande rio.