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Seus Direitos: O que é sororidade? Todas juntas pelo fim da rivalidade feminina (Parte 4)

Historicamente, no Brasil, homens ganham mais que mulheres. Após sete anos de quedas consecutivas, em 2019, houve um aumento da diferença dos salários de mulheres e homens de 9,2% em relação a 2018.
Em 2011, homens com ensino superior ganhavam, em média, R$ 3.058, enquanto as mulheres com o mesmo nível de formação ganhavam, em média, R$ 1.865, o que representa uma diferença de salário de 63,98%.
Em 2012, essa diferença começou a cair, passando para 61,78%. Em 2018, chegou a ser 44,7%, com homens ganhando, em média, R$ 3.752 e, mulheres, R$ 2.593.

Em 2019, a diferença aumentou e passou a ser de 47,24%, com homens ganhando em média R$ 3.946 e, mulheres, R$ 2.680.
Os dados foram compilados para a Agência Brasil pela Quero Bolsa, plataforma de bolsas e vagas para o ensino superior, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Muitas vezes não é só o currículo que conta, a capacidade, o profissionalismo, mas o simples fato de ser mulher.

 “UMA SOBE PUXA A OUTRA”:

“Uma Sobe Puxa a Outra!” é um dos lemas da Marcha Mundial de Mulheres Negras. O lema remete à uma atitude política de resistência na qual as mulheres se reconhecem como semelhantes apesar das diferenças. Somos todas mulheres, independente da cor, classe econômica, condição sexual, gerações e etc. Na condição de mulheres enfrentamos um mesmo inimigo comum: A cultura machista e patriarcal que insiste na desigualdade entre homens e mulheres que diminui e subjuga o papel da mulher negando a sua plena dignidade como semelhança de Deus.

É mais fácil resistir e vencer este inimigo permanecendo unidas e irmanadas que divididas.  A inimizade e rivalidade entre mulheres é um dos mecanismos da cultura patriarcal que usa as próprias mulheres para prejudicar umas ás outras criando hierarquias e categorias que separam e rivalizam, enfraquecendo assim nossas resistências. Alguns textos bíblicos por vezes corroboram com essa cultural da inimizade patriarcal quando reforçam modelos narrativos de oposição: Sara x Hagar, Raquel x Lia, Eva x Maria, A Mulher Sábia x A Mulher Tola, A Mulher Sensata x A Mulher Insensata.

E PARA DESCONSTRUIR E RESISTIR A ESSA CULTURA DA INIMIZADE PATRIARCAL PRODUZIDA E REPRODUZIDA ENTRE NÓS MULHERES FAÇAMOS ASSIM:

A própria Bíblia nos indica algum caminho de resistência: A aliança entre mulheres. A conhecida história de Rute e Noemi, sogra e nora, mulher judia e mulher estrangeira, mulher jovem e mulher idosa que juntas resistem a um sistema injusto que prejudicava a vida e a sobrevivência delas e das mulheres do seu tempo. A aliança entre Rute e Noemi é um símbolo bíblico da potência que existe na aliança entre mulheres: Rute, porém, respondeu: “Não insistas comigo que te deixe e que não mais te acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus! Rute 1:16.

Um dos nomes dado a esta aliança espiritual, política e de resistência entre mulheres é Sororidade!

Sororidade, então pode ser definida como uma aliança espiritual e política entre mulheres. É um principio de relação entre todas as mulheres que permite derrubar os muros patriarcais da inimizade e rivalidade. Sororidade torna-se então uma espiritualidade de resistência feminista. Uma espiritualidade que afirma o valor da dignidade de todas as mulheres criando redes de apoio, afinal, não teríamos sobrevivido em condições tão opressivas se não tivéssemos contado com apoios vitais umas das outras.

Portanto, vamos praticar a sororidade, chega de ver nas outras mulheres em suas diferenças e igualdades uma rivalidade sem sentido. Vamos ajudar umas às outras e praticar este discurso tão necessário, principalmente nos dias de hoje!

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