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Surto de sarampo no Rio faz procura pela vacina aumentar

Por Franciane Miranda

O relatório divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) com os números atualizados sobre o vírus preocupou muitos cariocas. Para conter a disseminação da doença, foi lançada uma campanha nacional de prevenção e combate ao sarampo. No último sábado (15), foram disponibilizados mais de 350 postos para população se vacinar. Após a campanha a vacina continuará disponível para quem não conseguiu se imunizar.

O auxiliar administrativo, Bruno Oliveira, 35 anos, foi na sexta-feira (14) à Policlínica Antônio Ribeiro Netto, no Centro do Rio, procurando a vacina, mas não conseguiu atendimento. Ele nos disse que buscou o posto, pois ficou sabendo pela imprensa do aumento dos casos do sarampo e resolveu se imunizar antes da campanha, que aconteceu no último sábado. Bruno explica que já tinha tomado a vacina há muito tempo quando criança.

O auxiliar não conseguiu se vacinar, pois estava em horário de almoço e foi até à clínica, achando que fosse rápido o atendimento. O morador da Barra da Tijuca explicou que iria procurar outro posto de saúde mais vazio próximo de sua casa. Ele reforça a relevância de se vacinar e faz um alerta sobre os perigos de outras doenças. “Com certeza é importante tomar vacina e se prevenir, mas hoje em dia não é só sarampo. A gente tem visto outras doenças voltando e muitas vezes até por falta de vacinação”, diz.

A professora Jéssica Priscila foi à mesma para atualizar sua caderneta de vacinação. Ela conta que chegou por volta das 10h e encontrou a clínica lotada e aguardava há uma hora pelo atendimento. Jéssica explica que sempre busca o posto para se vacinar, mas não esperava que estivesse demorando tanto o atendimento, pois sempre é muito rápido, afirma.

Mesmo com a demora, a professora recomenda que todos busquem um posto de vacinação. “Acho importante se vacinar não apenas nas campanhas, mas sempre estar com todas as vacinas em dia”, conta. Quando nossa equipe saiu da policlínica, Jéssica ainda não havia sido atendida.

O bebê David Gabriel dos Santos, de oito meses, morreu em Nova Iguaçu, na Baixa Fluminense. A criança foi a primeira vítima da doença por sarampo confirmada no Estado. Ele faleceu no dia 6 de janeiro, mas a confirmação aconteceu apenas nesta quinta-feira (13).

O secretário de Saúde, Edmar Santos, afirmou que, se a população não se vacinar, o número de casos pode exceder os 10 mil. Ele também destaca que objetivo da campanha é vacinar três milhões de pessoas até o dia 13 de março. É recomendado que pessoas com idade de seis meses a 59 anos sejam vacinadas.

De acordo com a Secretaria, em 2020, foram registrados 189 casos de sarampo no Rio. No ano passado, 333 pessoas contraíram o vírus. Os dados revelam que foram registradas 20 ocorrências da doença em 2018. Não há registro de morte no estado pelo sarampo desde os anos 2000.

Mais sobre a doença

O sarampo é um vírus altamente contagioso, ele é transmitido através do ar, da fala, tosse ou espirro. Uma pessoa que adquiriu a doença pode passar para 90% dos indivíduos próximos que não foram imunizados. O período de transmissão pode acontecer quatro dias antes e quatro dias após o surgimento de manchas avermelhadas. Fique atento!

O Ministério da Saúde informa os principais sintomas da doença: o paciente pode sentir em um primeiro momento febre, tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido, mal-estar intenso, além de dor de garganta. Pode apresentar também perda de apetite, conjuntivite, com olhos vermelhos, lacrimejantes e fotofobia. É importante ficar atento, pois a pessoa contaminada pode apresentar de três a cinco dias do contágio manchas vermelhas na face, próximo das orelhas, e depois pelo corpo. Nos casos mais graves pode causar lesão cerebral e infecções no encéfalo.

O sarampo é uma doença viral que pode evoluir para complicações e levar à morte. Se apresentar os sintomas descritos acima procure um médico o mais rápido possível e não se automedique. É importante você saber que não existe um tratamento específico para cura do sarampo, apenas remédios que são utilizados para diminuir o desconforto gerado pela doença.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, existem três vacinas que são usadas para imunizar as pessoas: a dupla viral, que protege dos vírus do sarampo e da rubéola; a tríplice viral, usada contra o vírus do sarampo, rubéola e caxumba; e tetra viral, utilizada para combater o sarampo, caxumba, rubéola e varicela − também conhecida como catapora.

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