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Taça das Favelas ganha casa própria através da Lei de Incentivo ao Esporte

Centro Desportivo Taça das Favelas será no Realengo FC, e é fruto de parceria da CUFA com a Secretaria Estadual de Esporte do Rio e o Realengo FC

Após 11 anos de existência, a Taça das Favelas terá em breve uma casa para chamar de sua. Nesta sexta-feira (11/3), foi lançada a Pedra Fundamental do Centro Desportivo Taça das Favelas, um projeto idealizado pela Cufa (Central Única das Favelas) e viabilizado pela secretaria de Estado de Esporte e Lazer, através da Lei de Incentivo ao Esporte. As obras na sede do Realengo Futebol Clube, parceiro do projeto, serão iniciadas em breve, com previsão de aproximadamente 40 dias para conclusão.

A Taça das Favelas sempre foi muito mais que um campeonato de futebol, é transformação de realidades. O legado do torneio é imenso, já revelou grandes talentos para o futebol brasileiro, e impactou a vida de outros tantos jovens. Depois de tanto tempo e ter construído tanto, nada mais justo do que ter uma casa para chamar de sua”, falou Celso Athayde, idealizador da Taça das Favelas.

O secretário estadual de esporte, Gutemberg Fonseca, que já apitou alguns jogos da Taça das Favelas, falou da importância de acreditar nos sonhos e na superação.

Quem aí tem um sonho, de se tornar um jogador um dia, como o nosso ídolo Romário? Ele acreditou, ele insistiu no sonho dele. Assim como o Athirson acreditou, como o Ricardo Rocha também acreditou, e todos chegaram onde quiseram. Só existe uma maneira de a gente chegar: acreditando no nosso sonho. E é aí que entra o nosso papel, a secretaria de Esporte do Estado do Rio de Janeiro, que vem fazendo esse trabalho em parceria mais uma vez com a Cufa. Porque se não fosse a Cufa seria muito mais difícil pra gente tornar isso aqui realidade. Eu costumo dizer também, sem medo de errar, que 90% dos grandes craques e ídolos que existem no esporte, independente de qual seja a modalidade, vêm de dentro da favela. O Estado tem que entrar dentro da favela e é isso que a gente vem fazendo – explicou o secretário de Esporte e Lazer, Gutemberg Fonseca.

O evento de lançamento contou ainda com a presença do herói do tetracampeonato Mundial de 1994, Romário, que é “cria” da Favela do Jacarezinho, do também campeão Mundial em 1994, Ricardo Rocha e do ex-lateral Athirson, ídolo do Flamengo, que também jogou no Botafogo.

Hoje quero falar como um cidadão e um ex-jogador de futebol que nasceu exatamente como vocês, na favela do Jacarezinho. Sou favelado. Real. Não tem conversa fiada e não tem caô. A gente pode ser um advogado, um médico, o que for… e também, um senador da República e um jogador de futebol. Quando a gente quer ser aquilo que a gente entende que a gente tem que ser, a gente vai ser. Não importa que você nasceu na favela – disse Romário.

Taça das Favelas ganhará projeção nacional

É muito importante que a Taça das Favelas, torneio de imenso legado, tenha uma casa para chamar de sua, uma sede fixa. É um passo muito importante. Outro grande passo que vamos dar ainda esse ano é a nacionalização da Taça das Favelas. Faremos, pela primeira vez, uma edição nacional, que vai abranger favelas de todos os cantos do Brasil – afirmou Preto Zezé, presidente nacional da Cufa.

Marcio Medeiros, presidente do Realengo, fez questão de agradecer a oportunidade de participar do projeto.

Nós da diretoria do campo do Realengo agradecemos à Cufa, em especial ao amigo Celso Athayde, sua diretoria e colaboradores, por nos permitir realizar nosso sonho de colcoar o Realengo Futebol Clube em um patamar mais elevado – disse Marcio.

Sobre a Taça das Favelas

A Taça das Favelas é o maior campeonato de futebol entre favelas do mundo. Criada e realizada pela CUFA e produzida pela InFavela, a Taça foi disputada pela primeira vez no Rio de Janeiro em 2011, e depois se expandiu por vários estados ao longo desse período. Tendo o seu ápice no dia 1º de junho com as finais da Taça das Favelas São Paulo, onde aproximadamente 40 mil pessoas assistiram aos jogos no Pacaembu, que tiveram transmissão ao vivo em TV aberta.

Além do futebol, a organização da Taça das Favelas se preocupa com a formação educacional e social dos técnicos e jogadores, e oferece a eles workshops que vão desde educação financeira a cuidados com alimentação. Em 2020, a Taça expandiu seus horizontes e entrou no mercado de e-sports, em parceria com a Garena, lançando a Taça das Favelas Free Fire.

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