Sambódromo momentos antes de começar o segundo dia do desfile das Escolas de Samba Especiais (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Se houver vacina contra a covid-19 para todos, haverá desfile no Sambódromo carioca Sapucaí. Com esse foco, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) definiu na tarde da segunda-feira, 14, a ordem dos desfiles das escolas de samba do grupo especial no carnaval de 2021 que vai ocorrer no domingo (11) e segunda-feira (12) de julho, na Passarela do Samba da Marquês de Sapucaí.
O sorteio aconteceu apenas com a presença dos presidentes das agremiações. No domingo desfilarão Imperatriz Leopoldinense, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, Viradouro e Beija-Flor.
Já na segunda-feira, abrirá o desfile, a Paraíso do Tuiuti, seguida da Portela, Mocidade, Unidos da Tijuca, Grande Rio e Vila Isabel.
De acordo com o regulamento da Liesa, duas agremiações já tinham suas posições estabelecidas: a Imperatriz Leopoldinense, campeã do Grupo de Acesso Série A em 2020, que abrirá o espetáculo de domingo, por ter retornado ao Grupo Especial e a Paraíso do Tuiuti, a 11ª. colocada do Grupo Especial em 2020, abrirá os desfiles de segunda-feira.
As duas últimas colocadas no carnaval de 2020, a Estácio de Sá, no 12º lugar, e a União da Ilha do Governador, no 13º lugar, vão desfilar no Grupo de Acesso Série A. Com isso, a Liesa volta a ter 12 escolas concorrendo no carnaval de 2021.
Adiamento à espera da imunização
Por conta da pandemia do novo coronavírus, o carnaval foi transferido de fevereiro para o meio do ano em 2021. A Liesa e as agremiações condicionaram, no entanto, a realização da festa a campanha de imunização contra a covid-19, caso já estejam definidas as condições sanitárias para ocorrer o evento. Há também a discussão de um projeto de lei para estabelecer um feriado no mês de julho
As escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro retornam à Marquês de Sapucaí na noite de hoje (29) para o Desfile das Campeãs. Em um ano em que o desempate definiu as quatro primeiras posições, a apresentação desta noite deve mostrar porque a apuração foi tão equilibrada. Apenas sete décimos separaram as seis primeiras colocadas do carnaval do Rio, que terminaram a apuração na seguinte ordem: Viradouro (269,6), Grande Rio (269,6), Mocidade (269,4), Beija-Flor (269,4), Salgueiro (269,0) e Mangueira (268,9).
O desfile começa às 21h30 com a Estação Primeira de Mangueira, que ficou em sexto lugar em 2020. Campeã no ano passado, a escola manteve o carnavalesco Leandro Vieira, e fez uma releitura da história de Jesus, aproximando-o de vítimas de problemas raciais e sociais da atualidade.
O segundo desfile deve começar entre 22h30 e 22h40 e trará de volta à avenida a Acadêmicos do Salgueiro, que contou a história do primeiro palhaço negro do Brasil, cujo nascimento faz 150 anos neste ano.
Entre 22h30 e 23h50, entra na Sapucaí a Beija-Flor de Nilópolis, que teve a mesma pontuação que a terceira colocada, mas perdeu no quesito Harmonia, que era o primeiro critério de desempate. A azul e branca da Baixada Fluminense desfilou com o enredo “Se essa rua fosse minha”, que falou de jornadas, peregrinações e caminhos.
A Mocidade Independente de Padre Miguel deve iniciar seu desfile entre 0h30 e 1h, celebrando a terceira posição no carnaval do Rio. O enredo da escola da zona oeste foi uma grande homenagem à cantora Elza Soares, atravessou a avenida no último carro da agremiação.
Vice-campeã de 2020, a Acadêmicos do Grande Rio está prevista para 01h30 a 02h10. A escola chegou bem perto de seu primeiro título com a homenagem a Joãozinho da Gomeia, conhecido como o Rei do Candomblé. Com os carnavalescos estreantes Leonardo Bora e Gabriel Haddad, a escola teve a mesma pontuação que a campeã, e só perdeu no segundo critério de desempate, que foi o quesito Evolução.
O enredo “Viradouro de Alma Lavada” marcou o segundo título da escola de Niterói, que contou a história do grupo musical Ganhadeiras de Itapuã, que nasce da tradição das lavadeiras. Assinado pelo casal de carnavalescos Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira, o enredo exaltou as ganhadeiras como as primeiras feministas do Brasil. O desfile campeão está programado para começar entre 2h30 e 3h20.
O segundo dia de desfiles das escolas do Grupo Especial, na Marquês de Sapucaí, foi repleto de emoções. Teve desde a estrelíssima Elza Soares enaltecida pela Padre Miguel e ovacionada pelo povão, passando pelo Rio dos sonhos de Paulo Barros – de volta à Tijuca -, ao tombo ‘elegante’ da cantora Lexa, rainha de bateria da Vila Isabel, até a surpreendente e arrebatadora comissão de frente da Beija-Flor, que, junto com a Mocidade, volta a brigar pelo título depois de ter ficado em um modesto décimo-primeiro lugar em 2019. Portela, Mangueira, Viradouro e Grande Rio, que desfilaram no domingo (23) também estão na briga pelo título de campeã.
Autor do samba-enredo, Marcelo Adnet encarnou o presidente da República (Foto Riotur)
A São Clemente abriu os trabalhos, com o enredo que enfocava ‘O Conto do Vigário’ com o rol de espertezas e ‘jeitinhos’ que há tempos assolam as relações sociais e políticas. Na crítica bem-humorada, destaque para a bateria de ‘laranjas’, a ala da grávida de Taubaté e o humorista Marcelo Adnet, autor do samba-enredo da agremiação, que encarnou o presidente da República, com direito a fazer ‘arminha’ com a mão. “Hoje temos o conto do vigário institucionalizado. Mas o samba propõe uma virada, uma mudança nessa realidade”, declarou o artista.
Beleza em verde e amarelo na ala das baianas da Vila (Foto Diário do Rio)
A Vila Isabel contou, em forma e lenda, a história dos 60 anos de Brasília com o enredo “Gigante pela própria natureza: Jaçanã e um índio”. O Abre Alas monumental, com mais de 70 m de comprimento foi um dos destaques. A rainha de bateria Aline Riscado estava belíssima, mas a apresentadora Sabrina Sato roubou a cena, desfilando ao lado de Martinho da Vila, patrimônio vivo da Vila e da cultura nacional.
O Salgueiro levou para a avenida a história de Silas de Oliveira, o primeiro palhaço negro do Brasil, nascido em 1870. Multitalentoso, era também músico, compositor, ator, acrobata… “É um enredo necessário”, declarou a atriz Érika Januzza, musa da escola, que se emocionou com o desfile. A escola exaltou a representatividade, sempre fazendo referência ao circo, e trouxe Aílton Graça, encarnando Silas..
Salgueiro levou o circo de Silas de Oliveira para a avenida (Foto Diário do Rio)
A rainha das rainhas, Viviane Araújo, brilhou mais uma vez e o carro de som, com os cantores fantasiados de bichinhos, foi um dos mais criativos.
A Unidos da Tijuca levou à Sapucaí o sonho de um Rio perfeito, idealizado pela mente criativa – e campeoníssima – do carnavalesco Paulo Barros, de volta à escola. ‘Onde Nascem os Sonhos’ desenhou um Rio com boas condições de saúde, educação, segurança e urbanização, bem diferente da cidade que nem água potável consegue oferecer aos moradores. A rainha de bateria Lexa caiu durante a evolução, mas, apoiada pelo mestre Casagrande, levantou e seguiu lindamente. “Já caí e levantei muitas vezes na vida. Eu levanto e sigo em frente”, declarou a cantora.
Um dos desfiles mais aguardados da noite, por homenagear a diva Elza Soares, de 89 anos, a Mocidade Independente de Padre Miguel contou a trajetória da ‘Elza Deusa Soares’, mostrando desde a menina que cantava levando a lata d´água na cabeça e que, no programa comandado por Ary Barroso declarou ter vindo do ‘planeta fome’, até a estrela internacional e referência para as mulheres negras, pobres, batalhadoras do pão de cada dia e do respeito que ainda está longe do ideal. Não é a toa que a letra do samba de Sandra de Sá exalta: ‘Essa nega tem poder!’.
Elza Soares se emocionou com a homenagem da Mocidade (Foto Fernando Grilli/ Riotur)
Determinada a virar o jogo em relação a 2019, quando quase foi rebaixada, a Beija-Flor de Nilópolis causou impacto assim que iniciou o desfile. No Abre Alas, uma turma em motocicletas e figurinos ao estilo ‘Mad Max’ introduziu o enredo, de Alexandre Louzada e Cid Carvalho, ‘Se essa rua fosse minha’, que fala das ruas, estradas e caminhos da vida, desde a criação do mundo. Rotas da humanidade que, no carnaval, têm como destino a rua mais cobiçada: a Marquês de Sapucaí.
Comissão de frente da Beija Flor causou impacto (Foto Riotur)
Agora é esperar a apuração da quarta-feira para ver que escola fez o melhor caminho para conquistar o título de campeã do carnaval carioca.
Um deslumbre de cores, criatividade e emoção. Assim foi o primeiro dia de desfiles das escolas de samba do grupo especial na Marquês de Sapucaí, no domingo, 23. Estácio, Viradouro, Mangueira, Grande Rio, Paraíso do Tuiuti, União da Ilha e Portela levantaram o público do Sambódromo. Destaque para o Cristo de múltiplas faces da Mangueira, a sereia ginasta da Viradouro e a força do enredo da Grande Rio. Nesta segunda (24 ) será a vez de São Clemente, Vila Isabel, Salgueiro, Unidos da Tijuca, Mocidade e Beija-Flor desfilarem na Sapucaí.
Grandiosidade dos carros: deslumbre (Foto Diário do Rio)
Logo na abertura, a Estácio de Sá, de volta ao grupo especial, após quatro anos, e capitaneada pela respeitadíssima carnavalesca Rosa Magalhães, detentora de nove títulos, entrou com garra na avenida. O enredo ‘Pedra’ foi defendido com empolgação e samba no pé e belas alegorias, como Abre-Alas, que mostrava do primitivismo às viagens à lua.
A atleta Anna Giulia encarnou uma linda sereia (Foto Riotur)
A Viradouro chegou chegando à avenida. A agremiação de Niterói deu um banho de criatividade e beleza ao levar para o desfile um tanque com 7 mil litros de água em que a atleta da seleção brasileira de nado sincronizado Anna Giulia, tornou-se uma bela sereia que ficava até um minuto submersa, evoluindo. Tudo a ver com o enredo da escola ‘Viradouro de alma lavada’, que homenageou as ‘ganhadeiras de Itapuã’.
O Cristo negro crucificado (Foto Diário do Rio)
Honrando a expectativa em torno de seu enredo, a Mangueira, campeão de 2019, emocionou, mostrando Jesus Cristo que pode assumir várias faces e, por que não? Nascer na favela ou vir ao mundo na forma feminina, como representou a rainha de bateria Evelyn Bastos. Ela encarnou ‘Jesus Mulher’, com respeito e graça. No fim o Cristo crucificado, era negro e as marcas de pregos foram substituídas por marcas de tiro. Qualquer semelhança certamente não é mera coincidência.
O desfile da Grande Rio foi marcado pela força espiritual do enredo, que contou a história do pai de santo Joãozinho da Goméia, mas também por alguns sustos. Ainda na armação, com os primeiros componentes entrando, o imenso Abre Alas quebrou o chassi e não conseguia entrar na avenida. Abriu-se um grande espaço, mas logo o problema foi contornado e o carro passou já com pequenas avarias. No decorrer do desfile um outro carro deu problema , o que pode fazer com que a escola perca pontos nos quesitos evolução.
Atriz Paolla Oliveira brilhou como rainha da Grande Rio (Foto Fred Pontes)
A União da Ilha apostou na crítica social e, logo na abertura apresentou um carro representando uma comunidade, com o sobrevoo de um helicóptero, cena comum no cotidiano do Rio e Janeiro. A escola, no entanto, teve problema com um dos carros e, no final, precisou correr muito, mas estourou em um minuto o tempo regulamentar para o desfile.
O fictício encontro de dois ‘Sebastiões’ – o padroeiro do Rio São, Sebastião e o rei português Dom Sebastião – foi o enredo da Paraíso do Tuiuti. A ideia era pedir proteção em dobro para o Rio. Destaque para os bonecos realistas, representando pessoas da comunidade e a estreia da apresentadora Lívia Andrade como rainha de bateria.
A Portela encerrou o primeiro dia de desfiles (Foto Riotur)
A águia da Portela soltou seu tradicional grito para encerrar o primeiro dia de desfiles com chave de ouro, ou melhor, com um mar azul. As cores da Portela encheram de cor e brilho a avenida, na hora em que o dia começava a clarear