Par com o Museu do Açude, este também é da Fundação Castro Maya
Na edição nº227, falamos sobre o Museu do Açude, que fica escondido no Alto da Boa Vista e que faz parte da Fundação Castro Maya, cujo fundador, Raymundo Ottoni de Castro Maya (1894-1968), foi um famoso colecionador, filantropo e entusiasta da arte. Nesta edição, vamos falar do segundo museu que também pertence a essa fundação e é um ponto bem importante de Santa Teresa: o Museu Chácara do Céu.
Assim como seu “irmão” do Alto da Boa Vista, a sede do Chacra do Céu também foi residência de Castro Maya, porem, era a sua moradia fixa, onde ele passava a maior parte do tempo, quando não estava viajando e adquirindo mais peças de arte para sua coleção. A casa, que possui três andares e uma vista privilegiada do Rio de Janeiro, tem uma arquitetura moderna de 25.000m² e seus jardins externos foram projetados por Roberto Burle Marx, importante artista plástico e paisagista brasileiro.
Castro Maya não era apenas um incentivador da arte e colecionador, como era um profundo admirador da arte brasileira. Sua casa, convertida em setores, comporta o de Arte Brasileira, cujas peças são assinadas por grandes nomes das artes plásticas brasileiras, como Guignard, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Antonio Bandeira, Eliseu Visconti e Portinari.
Como um setor complementar a este primeiro, há a Coleção Brasiliana, com mapas antigos, pinturas e outras ilustrações da paisagem e dos tipos humanos no Brasil do século XIX, assinadas por artistas viajantes como Rugendas, Chamberlain e Taunay. O destaque vai para mais de 500 originais de Jean-Baptiste Debret, adquiridos em Paris por Maya, sendo a maior coleção de Debret fora da França.
Para finalizar os setores de exposições fixas, temos o Arte Europeia, com pinturas, desenhos e gravuras de mestres europeus do porte de Matisse, Modigliani, Degas, Seurat e Miró. O museu ainda conta com a Biblioteca Castro Maya, que possui cerca de oito mil livros de arte, literatura brasileira e europeia, e também algumas importantes publicações dos primeiros viajantes do século XIX: Maria Graham, Maximilian von Wied-Neuwied, Henry Chamberlain, William Gore Ouseley e Victor Frond..
Além das exposições fixas, o Museu Chacra do Céu possui atrações variadas, não apenas instalações, como também shows de música, teatro, rodas de leitura e encontros artísticos. O museu fica aberto de quarta a segunda-feira, de 12h até as 17h. Seu ingresso custa cerca de R$ 2, mas as quarta-feiras, a entrada é franca. Como fica em Santa Teresa, há paralelepípedos na rua, então, cuidado a transitar pelo local, pois o chão é íngreme.
O acesso para o museu é pelo Largo do Curvelo, com fácil acesso pelos charmosos bondinhos de Santa Teresa e também pelas linhas de ônibus que atravessam o bairro. Da Chacra do Céu, é possível subir mais um caminho de pedras e chegar ao Parque das Ruínas ou voltar pelo caminho ao Largo e descer as escadarias e chegar a Lapa ou a Glória.