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Uma missão de vida

O que nos dá o direito de, como animais racionais que somos, escravizar, explorar e maltratar outras espécies de animais? Atualmente, o especismo constitui, junto ao racismo e ao machismo, a pedra de toque que reúne ideias e discussões éticas em torno da discriminação e do sofrimento de seres vivos em benefício de outros seres vivos. Talvez, nenhum tratado sobre justiça escrito até então possa fazer jus a tal questão. Na vida prática, sabemos que há ações que afetam dolorosamente e mortalmente seres vivos, em especial, aqueles dotados de certa consciência e percepção de dor e prazer, os sencientes. O que explica o fato de que, apesar de todo progresso intelectual, continuamos a incutir sofrimento a outras espécies para satisfazer meros caprichos?

Luisa Mell, em seu livro Como os Animais Salvaram Minha Vida (2018), conta, com honestidade e com o coração, sua trajetória como ativista e seu primeiro contato com a dura realidade dos animais em seu programa de TV Late Show Viva Mundo (Rede TV, 2008). Depois de ficar desempregada, Mell encontrou seu propósito na luta `a favor dos animais e em defesa do vegetarianismo e do veganismo. Sua ONG, que leva seu nome, tem ganhado o reconhecimento e a admiração de muitos. E, apesar de alguns desentendimentos e polêmicas com pessoas famosas, Mell continua corajosamente sua caminhada, denunciado vaquejadas, rodeios, testes em animais, o abandono e os maus tratos de animais. Sua militância faz, junto ao seu livro, um apelo contundente `a uma virada de consciência e atitude mais responsáveis em favor de animais de outras espécies.

Oscar Wilde, famoso escrito inglês do século 19, uma vez disse: “Se você passar tempo com os animais, corre o risco de se tornar uma pessoa melhor.” Sinceramente, acredito nisso. Também acredito que em seu livro, Luisa Mell dá um testemunho desse processo, o qual está ao alcance de todos nós. Vale a pena tentar.

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