O território da atual sede do município de Valença tem sua história, ligada a seus primeiros habitantes, os índios coroados, descendentes dos Puris e Araris, que dominavam a área compreendida entre os Rios Paraíba do Sul e Preto. Viviam como nômades na região, gerando insegurança entre os proprietários das sesmarias. Eram, especialmente, temidos pelo comportamento feroz que exibiam em batalhas entre eles e contra os portugueses.
Por motivos dos ataques constantes. dos índios aos habitantes, que o Vice-rei do Brasil D. Luis de Vasconcelos e Souza ordenou que fosse iniciada a catequese dos índios da região. Incumbiu o fazendeiro José Rodrigues da Cruz, proprietário da Fazenda Pau Grande (localizada no município de Paty do Alferes), iniciar o “processo de civilização” e ao Capitão de Ordenanças Inácio de Souza Werneck encarregado de domesticar e aldear os índios. Isto é, de reuni-los nas matas e conduzi-los para as aldeias onde deveriam se fixar. Assim as terras foram liberadas e divididas em sesmarias, doadas aos primeiros colonizadores.
No ano de 1803 foi nomeado, pelo Vice-rei Don Fernando de Portugal, o Padre Manuel Gomes Leal para o cargo de Capelão, tendo-lhe o Bispo Don José Joaquim Justiniano a jurisdição necessária para construir e benzer uma capela e cemitério. Foi, então, construída uma modesta capela dedicada à N. S. da Glória no principal aldeamento dos coroados, originando, assim, a atual cidade de Valença.
Durante esta fase de colonização foram construídas, pelo então Capitão de Ordenanças Inácio de Sousa Werneck, o Caminho da Aldeia, considerada a primeira estrada para o sertão de Valença, ia desde a cidade de Iguaçu até o norte da Capitania do Rio de Janeiro, na ilha divisória com Minas Gerais, marcada pelo Rio Preto. As estradas que eram construídas por Inácio ligavam a aldeia de Nossa Senhora da Glória de Valença e a aldeia de Santo Antônio do Rio Preto (atual distrito de Conservatória – Cidade da Seresta) com a Estrada Real para Minas Gerais e os caminhos auxiliares para as Freguesias de Sacra Família do Tinguá (atual Município de Paulo de Frontin), Azevedo e Pilar do Iguaçu, de onde seguiam para a Vila de Iguaçu. Um atalho que permitia seguir rumo a Itaguaí. A Estrada da Polícia permitiu os viajantes que vinham de Minas Gerais cruzar o rio Paraíba do Sul nas proximidades de Desengano (atual distrito de Juparanã, em Valença), pela povoação de Vassouras até Sacra Família do Tinguá.
A Freguesia foi elevada a Vila de Nossa Senhora da Gloria de Valença em 17 de outubro de 1823. No ano de 1857, a Assembleia Legislativa Provincial, elevou a Vila de Valença a categoria de Cidade.
Os pioneiros povoadores, depois dos índios, do município de Valença eram todos agricultores, na maior parte moradores, das Freguesias de Paty do Alferes e Sacra Família do Tinguá. Também participaram os imigrantes de outras nacionalidades, muitos deles italianos e portugueses.
Grande personalidade de destaque no desenvolvimento de Valença, entre outros, foi Custódio de Guimarães, “Visconde do Rio Preto”. Homem de grande coração, considerado um benfeitor, filantropo e que muito contribuiu para o desenvolvimento da cidade.
Em 31 de dezembro de 1943 o topônimo foi modificado para Marquês de Valença e dezesseis anos depois, por lei estadual, o nome da cidade voltou a ser, simplesmente, Valença. Um Município com um passado de glórias que passou por ciclos importantes como o Ciclo do Ouro e o Ciclo do Café e, também, por períodos de desenvolvimento industrial e social.
É uma cidade com um potencial voltado para o ecoturismo, tendo a Serra da Concordia, situada a sudoeste da cidade entre o vale dos rios Preto e Paraíba do Sul, como seu principal ponto. É a única região que possui duas unidades de conservação: Parque Natural Municipal do Açude da Concordia e Parque Estadual da Serra da Concordia, o Santuário de vida Silvestre da Serra da Concordia e a Serra dos Mascates, o Ronco D’Água – balneário com cachoeira natural. Além do contato com a natureza, Valença é, também, uma cidade histórica e de cultura.