O conceito de Narcisismo para a psicanálise se justifica com a relação entre o ego e o organismo. Estamos destinados a supor que uma unidade comparável ao ego não pode existir no indivíduo. Lembrando que o ego desde o começo tende a ser desenvolvido.
O termo narcisismo nasceu da mitologia grega, passou pela psiquiatria e foi adotado pela psicanálise.
Para a psiquiatria e segundo Sigmund Freud, a figura do narcisismo, é a figura do sujeito que vê o próprio reflexo na água como espelho, e se apaixona por si mesmo. Nesse momento, ele mergulha e se afoga. Perceba que existe aí uma conotação negativa, trágica na situação, essa concepção, passa pela psiquiatria. Já na época de Freud, o narcisista é aquele sujeito que é fechado em si mesmo, que é visto como alguém que se ama muito, que não se relaciona com o mundo à sua volta. Na visão de Freud, vemos o narcisismo como uma forma de estorno de comportamento, de desvio de desenvolvimento, de maturação de mal, digamos assim, na vida psíquica.
Na visão de Freud, temos o narcisismo primário. Nas palavras dele, seria o narcisismo dito normal, que é quando a criança não sabe o que é ela, e o que não é ela. Nesse momento ela tem momentos de prazer, quando mama, quando dorme, momentos de dores, mas isso é normal.
Após, temos o narcisismo secundário, ou narcisismo que é caracterizado numa relação simbiótica entre mãe e filho, e que esta célula narcísica, ela tem que se rompida, isso se dá na figura do pai ou alguém nessa posição, isso é necessário para o curso do momento seguir. Como exemplo, o complexo de édipo.
Na visão de Freud, esse segundo narcisismo é o problema em questão. Isso é clínico, pois produz as neuroses narcísicas, que é na verdade alguém que é profundamente dependente de outros, que não consegue constituir minimamente no seu desenvolvimento psíquico e que portanto será uma pessoa de profunda autoestima baixa.
É claro que quando o senso comum trata o narcisismo, ele recolhe o significado no ‘mito’, alguém que se acha muito bonito, encantado consigo mesmo. Mas vejamos que no mito, o narcísico se dá mal. Freud, capturou essa curva dramática, do mito, e no sentido de perceber, que essa suposta condição, de ser autocentrado, suficiente, é no fundo uma personalidade extremamente frágil, que teme o mundo o tempo inteiro, que não consegue estabelecer relações com ninguém, e portanto não é alguém que tem alta autoestima. Na realidade é alguém que tem baixa autoestima.
O narcisista é alguém que necessita da aprovação de alguém o tempo inteiro, pedindo comprovação de sua capacidade e de suas qualidades. O narcisista tem muita dificuldade de manter relações saudáveis com outras pessoas e quando mantém, há um desgaste emocional imenso por parte do outro. Na realidade o narcisista necessita de pessoas generosas o suficiente para promover e perpetuar essa sua ação doentia.
O impacto de se conviver com uma pessoa narcisista pode levar a uma série de problemas emocionais, psicológicos, incluindo uma baixa autoestima, ansiedade, depressão e até transtorno de estresse pós-traumático.
Isso porque o narcisista pode fazer com que a pessoa se sinta constantemente inadequada, desvalorizada e insegura. Lembrando que para o narcisista, ele é uma pessoa extremamente normal e em nenhum momento ele se coloca no lugar do outro. Nesses casos, a busca por ajuda profissional é importantíssima e benéfica para lidar com os efeitos psicológicos do abuso narcisista. A Terapia pode ajudar a pessoa a se recuperar emocionalmente, e se reerguer da relação tóxica no qual se estava inserida.