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Tuvalu é o primeiro país do mundo que pode desaparecer devido a mudança climática

O rápido aumento do nível do mar pode levar a nação do Oceano Pacífico a ser totalmente coberta pela água nas próximas décadas

Durante a COP 28, neste ano, sediada em Dubai, foi oficializado um documento que marcava uma transição energética para redução de combustíveis fósseis. Contudo, essa decisão para combater a crise climática já é tardia para Tuvalu, localizado ao sul da Oceania. Depois de diversos alertas sobre o aumento da temperatura do planeta e do nível do mar, o país pode ser um dos primeiros a desaparecer, colocando em risco todos os aspectos de sua nação.

Segundo o primeiro-ministro da nação, Kausea Natano, o país está apenas cinco metros acima do nível do mar. Em 50 anos, Tuvalu desaparecerá e será o primeiro a sumir do mapa por causa do aquecimento global, embora não tenha poluído quase nada.

Com o objetivo de preservar a cultura e a memória do país, em 2022, as autoridades optaram por migrar a nação para o Metaverso. Com o processo em andamento, será a primeira nação digital do mundo. Para isso, o governo do país quer digitalizar desde a configuração física do lugar, até as tradições culturais da população, como as danças. A iniciativa pretende, ainda, fazer com que a população possa participar de eleições digitalmente.

“Nossa nação digital fornecerá uma presença online que poderá substituir nossa presença física e nos permitirá continuar a funcionar como um Estado”, explicou o ministro Simon Kofe, de Justiça, Comunicação e Relações Exteriores de Tuvalu.

Há anos, o governo de Tuvalu alerta a comunidade global sobre a crise climática na região e a necessidade de ações urgentes para combatê-las. Em 2009, na COP 15, Ian Fry, representante das ilhas fez um apelo aos países em desenvolvimento, que assumissem um compromisso quanto à redução de suas emissões de carbono.

Já em 2021, na COP 26, Simon Kofe, representante do país, exibiu um vídeo mostrando o impacto do nível do mar em seu território. No vídeo, Kofe discursou dentro do mar, de terno e gravata, com água até os joelhos.

Em setembro deste ano, Tuvalu mudou a definição de Estado na sua Constituição. O novo documento diz que o país “permanecerá perpetuamente no futuro, apesar dos impactos das alterações climáticas ou de causas que resultem na perda do território físico”.

Neste mês, as autoridades tuvaluanas anunciaram o “Future Now” (Futuro Agora). Trata-se de um projeto que mapeou tridimensionalmente as 124 ilhas e ilhotas que compõem o território, e que, inclusive, desenvolve passaportes digitais e expande a infraestrutura nacional de comunicação.

A Austrália, por sua vez, fechou um acordo no mês passado para receber os habitantes do conjunto de ilhas que perderão seu território. No país, os tuvaluanos terão direito à moradia, saúde, estudo e trabalho.

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