A possibilidade de a floresta amazônica atingir em breve um ponto crítico, induzindo um colapso em grande escala, vem causando uma preocupação global.

Uma pesquisa publicada em fevereiro na revista na Nature identificou os limites potenciais desses estressores, mostrando onde seus efeitos combinados poderiam produzir um ‘ponto de inflexão’ – em que a floresta é tão frágil que apenas uma pequena perturbação poderia causar uma mudança abrupta no estado do ecossistema. 

O estudo foi liderado pela Universidade Federal de Santa Catarina e inclui especialistas da Universidade de Birmingham. 

Segundo o pesquisador Bernardo Flores, da Universidade de Santa Catarina,  os distúrbios agravados são cada vez mais comuns no centro da Amazônia. Se essas perturbações agirem em sinergia, poderemos observar transições inesperadas de ecossistemas em áreas anteriormente consideradas resilientes, como as florestas úmidas da Amazônia ocidental e central.

Essas transições de ecossistemas poderiam incluir uma floresta que pode ser capaz de se recuperar, mas ainda está presa em um estado degradado e dominada por plantas oportunistas, como bambus e videiras, ou uma floresta que não consegue se recuperar e permanece presa em um dossel aberto, inflamável. estado. 

Os resultados da pesquisa são importantes em razão do papel vital que a Amazônia desempenha no sistema climático global. Não custa lembrar que as árvores amazónicas armazenam enormes quantidades de carbono que, se libertadas, poderão acelerar o aquecimento global. 

O estudo também examinou o papel da biodiversidade e das comunidades locais na formação da resiliência da floresta amazônica. Uma abordagem bem-sucedida dependerá de uma combinação de esforços locais e globais, passando por cooperação entre os países amazônicos.