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Serra: A Batalha de Guaxeduba

Ciente da presença dos franceses,no Norte da Capitania do Maranhão, e  de sua movimentação em território brasileiro; o Governador-geral Gaspar de Souza preparou uma expedição de reconhecimento, 1613, sobre o comando  do mameluco Jerônimo de Albuquerque (filho de nobre português com a índia Muyrá-Ubi batizada em português como Maria do Espírito Santo Arcoverde).

Em junho de 1614 Jerônimo foi nomeado Capitão da Conquista do Maranhão, região que se achava sobre o domínio dos franceses. Para a missão que lhe foi confiada por Gaspar de Souza, Jerônimo preparou navios, acumulou armas e munições, recrutou homens (esvaziando as prisões), recrutou, ao longo do caminho, vários índios que foram negociados com caciques de diversas aldeias que visitou. Partindo, afinal, com destino ao Maranhão. Depois de muito esperar, na Capitania do Piauí a volta de Martins Soares Moreno, que partiu em direção ao Maranhão  para colher  informações sobre os franceses  e  que teve, no seu retorno do Maranhão, sua rota  desviada,  por conta de uma tempestade, que o levou até as Antilhas. Jerônimo resolveu, então, por prudência, se deslocar até Pernambuco para se encontrar com o governador-geral  Gaspar de Souza. Diante da situação, o governador pede que Diogo de Campos Morenos, profundo conhecedor do Brasil, venha de Portugal para se juntar e integrar a nova expedição. Os expedicionários viajaram até o Maranhão e desembarcaram na praia de Guaxenduba, onde fundaram e construíram o Forte de Santa Maria.

Na madrugada de 19 de novembro de 1614, navios franceses se fundaram ao largo da praia e deles saíram 300 soldados, aproximadamente, e cerca de 2000 índios. La Ravadière, por se considerar em vantagem, diante da desproporção de forças, intimou os portugueses a se renderem. Contudo, desprezando a intimidação, Jerônimo atacou e, apesar de suas forças serem numericamente inferiores, colheu uma surpreendente e decisiva vitória.

Diante do resultado da Batalha de Guaxenduba, os franceses aceitaram negociar. Jerônimo e Lá Ravadière acordaram um armistício, suspendendo, por um ano, as hostilidades. Apesar do desejo, do governo luso-espanhol, que não aceitava o armistício, de que o  contrato, com os franceses,  fosse quebrado. Jerônimo não desfez o acordo com o qual se compromete até a chegada do documento oficial da Coroa. Documento que lhe foi entregue pelo General Alexandre de Moura, nomeado governador-geral da Armada da Conquista do Maranhão, que o instruía de obter, dos franceses, a rendição incondicional.

Apesar do ressentimento com a Coroa Portuguesa, pela falta de reconhecimento, Jerônimo curvou-se diante de seu superior hierárquico entregando-lhe o comando da expedição.

Em 31 de outubro de 1615 tiveram início às hostilidades contra os franceses.  Enquanto Jerônimo de Albuquerque Maranhão, cercava, por terra, o Forte de São Luís; Alexandre de Moura fechava o cerco, por mar. Intimada a se render, La Ravadière submeteu-se à rendição e comprometeu-se a partir dentro do prazo de 3 meses. De Portugal chegaram reforços e ordens específicas: não pagar indenizações, apenas permitir que os invasores levaram seus pertences. No prazo acordado e determinado pelo acordo, a Ravadière entrega o Forte de São Luís e seus homens retornam para a França.

O povoado de São Luís é hoje a única Capital brasileira fundada pelos franceses.

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