Jornal DR1

A cultura do preconceito

 

É sempre bom repetir, ainda mais em dias tão conturbados, tão cheios de raiva, ódio e intolerância…. Diz o dicionário, que preconceito é qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico ou sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio. Também pode ser considerado intolerância.

É bem assim que vivemos. Preconceito social, tanto com o rico, quanto com o pobre, quanto com o mediano; Preconceito regional, onde a pessoa vive, tanto num “bom local”, quanto num “mal local”; preconceito religioso, tantas religiões e todas levando ao mesmo lugar, para a mesmo sentimento, para um mesmo Criador; preconceito pelos sotaques das diversas regiões deste pais.

Preconceito racial, pela cor que as pessoas trazem na pele – todas as cores são lindas. Preconceito pelo estudo que as pessoas  tem e  pelo estudo que a pessoas não tê;; preconceito político, razões pelas quais as pessoas decidem apoiar este ou aquele partido; preconceito de gênero, homem, mulher, gays; preconceito profissional, porque um tem uma profissão e porque não tem;

Preconceito estético, porque é gordo(a) ou porque é magro(a), ou baixo (a) ou alto(a), ou bonito(a) ou feio(a) ; preconceito com a idade, se é “velho ou se é “novo”; preconceito com os deficientes – físicos ou mentais. Enfim…

Dá para acabar com o preconceito? Educando ou punindo? O que é mais educativo, profilático e inibidor? Combater o próprio preconceito é uma tarefa diária, incessante, constante, que devemos ter a cada situação que este se apresente. Um exercício diário de tolerância aos diferentes de nós, em todos os sentidos,

Leis podem e devem ajudar para que o preconceito seja aos poucos esvaziado de nossos comportamentos, mais só as leis não resolvem. Temos que ter uma atitude pró-ativa, dentro de nossas casas, nossos trabalhos, nos lugares públicos, escolas, de tolerância e respeito, recíprocos.

Muitas vezes as pessoas são preconceituosas e não sabem. Preste atenção em como você julga e se coloca diante do outro, reprovando-o só porque não é igual a você.

Seja qual for a via a ser percorrida no sentido de se educar as pessoas contra as atitudes preconceituosas, o mais importante é evitar que se aprofunde a segregação entre os seres humanos, entre os cidadãos dessa nação extremamente heterogênica.

Os direitos humanos são os todos os direitos relacionados à garantia de uma vida digna a todas as pessoas. Os direitos humanos são direitos que são garantidos à pessoa pelo simples fato de ser humana. Assim, os direitos humanos são todos direitos e liberdades básicas, considerados fundamentais para dignidade. São direitos civis e políticos; direitos econômicos, sociais e culturais; direitos difusos e coletivos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica os direitos humanos como garantia de proteção das pessoas contra ações ou falta de ações dos governos que possam colocar em risco a dignidade humana.

Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação.

O Direito Internacional dos Direitos Humanos estabelece as obrigações dos governos de agirem de determinadas maneiras ou de se absterem de certos atos, a fim de promover e proteger os direitos humanos e as liberdades de grupos ou indivíduos.

Assim, não há nada de errado em pensamentos diversos convivendo. Cada um com o seu e respeitando o do outro, por mais divergentes que sejam.

Direitos Humanos no cotidiano estão em toda parte, convivem conosco todos os dias. A questão está nos mínimos gestos e nos mais exagerados também. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 26.08.1789 é um marco inicial de avanço filosófico, cultural e ético, que define a potencialidade da natureza humana, de estar de posse de todos os seus direitos, por não se poder admitir mais nenhuma interferência política, ideológica ou cultural naquilo que o ser humano detém de mais único: a sua essência.

Estamos todos assegurados pelos princípios lá inseridos e cujas cláusulas fazem a garantia de estabilidade de uma nação. A Declaração dos Direitos Humanos, de 1948, diz que os direitos Humanos não podem ser detidos ou oferecidos, mas conquistados e merecidos todos os dias, realidade cotidiana de cada ser humano. A Declaração, de Viena de 1993, reafirma a indivisibilidade dos direitos humanos e a necessidade de que a promoção e defesa destes direitos  sejam analisadas no conjunto dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, bem como nas constantes reavaliações globais dos diversos assuntos, diante das mudanças tão rápidas ocorridas neste “ novo mundo” globalizado, dos novos rumos a seguir em busca do aperfeiçoamento e fortalecimento, da promoção e defesa dos direitos humanos, acima de tudo.

Essa realidade terá que ser entendida por todos, para uma convivência que se espera, anseia deseja e merece, de um mundo mais acolhedor e respeitoso. De qualquer ângulo, sexo e cor!

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem aprender a amar”. Nelson Mandela.

Fique de olho!

Por: Ana Cristina Campelo/ Advogada e jornalista / MTb 38578RJ

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