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Afinal, home office é passageiro ou veio para ficar?

Fotos: Pixabay

Da Redação

Quando o primeiro caso de coronavírus foi confirmado no Brasil, em fevereiro, apenas 25,6% dos trabalhadores do setor de serviços eram adeptos do trabalho remoto. Menos de três meses depois, este número saltou para 76,3%, segundo pesquisa realizada pela consultoria Talenses Group e pela Fundação Dom Cabral junto a 375 companhias do país. E a pesquisa revela ainda que mais de 70% das empresas entrevistadas esperam que as novas práticas de home office permaneçam, integral ou parcialmente, após a crise da covid-19.

Esse formato de trabalho é considerado uma tendência há tempos. Algumas empresas já haviam adotado a prática, que era considerada um grande diferencial na atração e retenção de talentos. Apesar disso, nunca poderíamos imaginar que essa migração aconteceria em tão curto prazo devido ao distanciamento social.

Uma coisa é certa: nem as empresas e nem os funcionários estavam preparados para fazer a transição de um dia para o outro. A maior parte das pessoas nunca havia trabalhado de casa, pelo menos por tanto tempo, todos os dias da semana. Então, o trabalho remoto deixou de ser um benefício para se tornar uma obrigatoriedade. Com esta nova dinâmica, profissionais precisaram desenvolver habilidades e capacidades, e de forma muito rápida, para o home office.

A primeira adaptação que tivemos que passar foi referente à tecnologia: aprendemos na prática a pilotar as ferramentas que facilitam e possibilitam o home office, como as de videoconferência, acesso a sistemas via VPN, sites de planejamento, organização, criação colaborativa, entre outras. Apesar de já existirem há um tempo, nem todo mundo as conhecia, muito menos sabia utilizá-las.

A segunda adaptação está relacionada a comportamentos e atitudes: como se manter produtivo sem perder o contato com a equipe, a visão do todo e o foco. Salvo algumas exceções, as pessoas estão conseguindo superar o caos inicial de combinar a vida doméstica e a profissional e estão se sentindo mais produtivas, focadas e trabalhando ainda mais do que antes.

E daqui pra frente?

Estamos vivendo uma das maiores transições da história na forma como trabalhamos, e isso é um caminho sem volta. Para muitos especialistas, a pandemia será como uma virada de chave para o trabalho remoto. As razões incluem o aumento da demanda dos funcionários, a resistência reduzida dos gerentes e a economia com custos imobiliários.

Nesse mundo do home office, Flavia Gusmão, sócia da Be Flexy, dá uma dica valiosa para a empresa se organizar de maneira mais assertiva: além de analisar se as funções do cargo permitem ou não o trabalho remoto, o perfil do funcionário também deve ser levado em consideração – foco, organização, autonomia, disciplina e flexibilidade compõem perfis essenciais para este momento.

A mesma pesquisa da Talenses e da Fundação Dom Cabral mostra que, em média, 70,3% dos funcionários de todos os setores estão trabalhando de casa. “Nós estamos passando por um processo de transformação de maneira forçada, mas a pesquisa indica que parte da experiência e adaptação vivida agora vai se converter em novas rotinas, que serão adotadas posteriormente pelas empresas”, afirma Luiz Valente, CEO do Talenses Group.

Em um tempo ainda tão incerto, é preciso estar aberto ao novo. Adaptar-se é a palavra-chave para encararmos novos normais ainda tão recentes. E você, já se adaptou à nova rotina?

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