O vento crispava furioso o outono inaugural
Ricocheteando o cabelo ruivo da moça apresssada
Que singrava pela avenida repleta de passantes, carros e
Aquele barulho peculiar da loucura contemporânea.
Dentro do peito adoecido ninguém suspeitava o Ser
Desenganado pelos médicos e socorrida por canabidiol
Tão potente quanto lamentavelmente incapaz de conter
A insidiosa infecção que prosperava no corpo fragilizado.
Entretanto jazia ali, naquele coração gélido e solitário,
Uma inexplicável esperança que somente os moribundos
Conseguem compreender inteiramente, a luz sagrada
De quem espera pelo encontro definitivo com o Senhor.
À luz da morte ela pôde antecipar o perfume desta visão
Quando maravilhada reconheceu com espanto e pungente
Amor, o vento crispando seus cabelos ruivos num certo
Outono quando caminhou pela última vez em Copacabana.