Para mitigarmos os efeitos das alterações climáticas, é consenso que a conservação da biodiversidade e o cumprimento dos objetivos do desenvolvimento sustentável são ações vitais. Quando falamos em conservação da biodiversidade, logo nos vem em mente o plantio de árvores como forma eficaz de captura de gás carbônico. As florestas restauradas armazenam carbono no solo, nos arbustos e nas árvores. 

Mas será que existe diferença na capacidade de sequestrar o carbono quando se trata de uma floresta de uma única espécie em comparação às florestas com múltiplas variedades?

Para confirmar se a diversificação de espécies aumentaria a eficiência do armazenamento do carbono acima do solo, uma equipe internacional analisou mais de 11 mil artigos escritos a partir de 1975 além de coletarem dados de uma rede global especializada em diversidades de espécies de árvores. O resultado foi publicado na revista online Frontiers in Forests.

Acontece que florestas mistas são mais eficazes no armazenamento de carbono, uma vez que diferentes espécies com características complementares podem aumentar o armazenamento global de carbono. Em comparação com florestas de uma única espécie, as florestas com diversidade são mais resistentes a pragas, doenças e perturbações climáticas, aumentando a longo prazo a capacidade de armazenamento de carbono. Estas florestas são 70% mais eficientes como sumidouros de carbono em comparação às florestas contendo uma única espécie além de conterem reservas de carbono 77% mais elevadas do que as monoculturas comerciais

As florestas misturadas com quatro espécies apresentaram maior eficácia como sumidouro de carbono. A pluralidade contendo duas espécies também apresentou um maior estoque de carbono acima do solo se comparado com florestas de apenas uma espécie, chegando a armazenar 35% a mais de carbono.

A pesquisa serviu para comprovar que a diversificação das florestas aumenta o armazenamento de carbono.