Jornal DR1

JORNAL DR1

Edições impressas

Plano Detalhe: Furiosa: Uma Saga Mad Max – A Epopéia da construção de um mito

Foto: Divulgação

Nove anos após o sucesso de Mad Max: Estrada da Fúria (2015), George Miller volta ao cinema com o aguardado ‘Furiosa: Uma Saga Mad Max’. Apesar de ser lançada posteriormente, a obra se trata de uma história anterior ao filme de 2015. Nela conhecemos o início da jornada da personagem Furiosa, que tem como seu objetivo principal voltar para casa, como também, concluir uma vingança de infância.

Diferente dos demais filmes, Furiosa: Uma Saga Mad Max, é construído em cinco atos, que permeiam a infância e a juventude da personagem principal, atualmente interpretada por Anya Taylor-Joy. A jornada de Furiosa é mais intensa emocionalmente e menos movimentada que o seu antecessor, porém isso não a torna menos surpreendente. O interesse e a tensão são mantidos, mesmo que todos saibam o final, pois o trajeto fora construído para ser imprevisível.

Quando tratamos dos momentos de maior adrenalina, o filme alcança o mesmo nível da obra de 2015. Talvez o impacto não seja o mesmo, já que as ideias não são mais novidades, mas ainda assim, cada cena consegue manter o expectador na ponta da cadeira.

Esta nova sequência traz de volta os efeitos práticos. Tudo fica mais crível em tela e, consequentemente, mais prazeroso. O que ajuda a abrilhantar toda essa materialidade é a Direção de Arte e a Produção que, mais uma vez, chama atenção pelas construções automobilísticas. E o diferencial na obra atual, é perceber que conforme a história avança os veículos evoluem de gambiarras precárias para construções megalomaníacas, conversando com a sensação de evolução da jornada de todo o filme.

Uma parte importante para a experiência é a atuação. O destaque fica por parte de Chris Hemsworth (Dementus), cuja atuação transita do esquisito e bem humorado ao sádico torturador. Tanto expressões e voz como o jeito de andar e de se portar tornam o personagem marcante na carreira do ator.

Apesar de Dementus roubar a atenção, é mais do que pertinente afirmar que Anya Taylor-Joy também compõe uma bela personagem, que na maior parte do tempo expressa a sua angústia e a sede de crescimento apenas com o olhar. O diretor aproveita bem o fato de a atriz já possuir olhos marcantes unindo seu movimento corriqueiro em utilizar bastante Close-Up, sempre destacando os olhos. A atriz confirma que não é apenas mais um rosto bonito, já que também entrega excelentes cenas de ação e todo o necessário de sua fisicalidade em momentos de maior adrenalina.

Furiosa: Uma Saga Mad Max é com certeza mais um acerto de George Miller, mantendo a qualidade da franquia em sua excelência. A escolha do que ser contado pode ser questionada em termos de relevância para a saga e trazer a sensação de que esta obra é apenas a preparação para algo maior, que no caso já existiu, causando um sentimento de vazio ao subir dos créditos. Porém, mesmo que as comparações com a produção de 2015 sejam válidas, a história da jovem Furiosa é digna de uma grande tela de cinema, pois sua jornada catártica de vingança e identidade é uma bela ópera distópica com uma mitologia única e marcante.

Confira também

Nosso canal

VII Prêmio Socioambiental Por um território Sustentável e Inclusivo