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Politiques: A ascensão de Javier Milei

Os candidatos à presidência da Argentina foram definidos no domingo (13) nas eleições primárias, e o resultado abalou a grande mídia internacional. Javier Milei, um economista anarcocapitalista de 52 anos, conseguiu mais votos que os outros postulantes, contradizendo as pesquisas eleitorais e a opinião dos especialistas. 

Liderar as eleições primárias não é garantia de vitória em outubro, quando acontecem as eleições presidenciais, mas é um passo importante para um candidato até então subestimado.

Javier Milei conquistou seus apoiadores com sua personalidade forte e suas propostas inusitadas, raramente vistas na política partidária, como por exemplo: fechar o banco central do país, cortar relações comerciais com a China, “dolarizar” a economia da Argentina e realizar um profundo corte no número de ministérios federais, declarando guerra aos políticos tradicionais.

Um fator importante para a ascensão do candidato é o descontentamento da população com a política, o país vem sofrendo recentemente com uma grande crise econômica, em que a inflação chegou a 113,4%. Algumas propostas de Milei, apesar de controversas, são adequadas para resolver esse problema.

“Dolarizar” a economia parece assustador, até descobrir que a Argentina já tomou essa medida antes, e obteve resultados positivos. Na década de 80, o país também passava por uma grande crise. Com a inflação aumentando 200% ao mês, a economia colapsou e o presidente renunciou, até que em 1991, criou-se um “regime de conversão”, no qual um peso seria equivalente a um dólar. O resultado foi que entre 1996 e 2001 a inflação chegou praticamente a zero.

Cortar as relações internacionais com a China é uma medida mais drástica, pois trata-se de uma grande colaboração internacional. Seria difícil enxergar isto acontecendo, pois precisaria de novas parcerias para repor a falta da China, o que a curto prazo não acontecerá.

Apesar do bom desempenho nas primárias, Javier Milei terá dificuldade para colocar suas ideias em prática caso vença a eleição, pois não vai ter maioria no parlamento, e sofrerá com tentativas de inviabilizar a sua governabilidade.

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