Até 2019, a regra para o aumento do salário mínimo previa a correção pela inflação do ano anterior mais o crescimento do PIB de dois anos antes, o que proporcionou ganhos reais para o piso salarial. No entanto, esta política tinha prazo de validade e não foi renovada.
Os reajustes passaram a levar em conta apenas a reposição da inflação, medida pelo IPCA. O senador Paulo Paim (PT-RS), reapresentou o projeto de lei para restabelecer a política nacional de valorização do salário mínimo, alegando que o poder de compra com o atual valor é insustentável.
Em 2022, o poder de compra do atual salário mínimo, que é de 1.212 reais, vai cair pela primeira vez desde o lançamento do Plano Real, em 1994.
De acordo com o senador, mais de 70% do salário é gasto com produtos da cesta básica. O Brasil está em recessão, explosão inflacionária, aumento de juros, aumento da gasolina, diesel, energia, água. O carrinho de supermercado está cada vez mais vazio.
Ainda segundo Paim, quase 40 milhões de trabalhadores ganham o salário mínimo e com um aumento real pela inflação mais o PIB, a economia gira; entra dinheiro no comércio; aumentam os empregos e todos saem ganhando.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) afirma que o valor do salário mínimo ideal para suprir todas as despesas de um trabalhador e de sua família no Brasil deveria ser de 6.394 reais, mais de cinco vezes o valor atual.