Jornal DR1

Lâminas do Cotidiano: A solidão de Deus e a mística da pobreza (Parte 2)

Não para os místicos, para eles Deus precisa do homem tanto quanto a composição musical precisa das fugas do silêncio ou a noite, das estrelas. Neste sentido, é possível dizer que o homem é a glória de Deus. Ele precisa do homem para se reconhecer plenamente na criação. Então onde Deus se refugiou neste nosso… Continue a ler Lâminas do Cotidiano: A solidão de Deus e a mística da pobreza (Parte 2)

Lâminas do Cotidiano: A solidão de Deus e a mística da pobreza (Parte 1)

Quando o homem se harmonizava com os outros seres animados, Deus parecia um pai alegre vendo sua esfuziante criança brincar. Profundo era o diálogo entre Deus e o homem: em cada palavra, em cada escuta, nos gestos, nas pausas de silêncio, em cada encontro perto da árvore da vida no centro do jardim do Éden.… Continue a ler Lâminas do Cotidiano: A solidão de Deus e a mística da pobreza (Parte 1)

Lâminas do Cotidiano: Anatomia da maldade humana

A infantilização da sociedade contemporânea é tão estarrecedora que a tradicional ideia da maldade simbolizada pelo demônio cristão virou sinônimo de galhofa generalizada. Basta que alguém fale a palavra demônio, pecado, inferno na mesa do almoço de domingo junto à família que imediatamente ouviremos risos estridentes ou piadinhas e ironias sem fim. Está concepção infantil… Continue a ler Lâminas do Cotidiano: Anatomia da maldade humana

Lâminas do Cotidiano: Tu

Somente tu Em meus pensamentos Em meus pressentimentos Em meus noturnos olhos fechados, silenciados. Somente tu Nos inefáveis céus da memória Da minha longínqua infância desaparecida Nas lonjuras onde o menino se perdia… Somente tu Nos ínferos desertos da existência E tantas mortes veladas, duramente sofridas E o jeito triste de perscrutar as nuvens, etéreas… Continue a ler Lâminas do Cotidiano: Tu

Lâminas do Cotidiano: O alucinado Emil Cioran e o terror místico

Um patologista dos afetos como Cioran, está mais preocupado em apreender os sintomas anímicos da “ decomposição da matéria “ do que forjar  etéreas conjecturas como a vontade de potência Nietzscheana ( que Cioran não hesitaria em chamar fuga metafísica ) avessas à concretude dos olhos, nervos e lábios  que conformam o corpo humano ,… Continue a ler Lâminas do Cotidiano: O alucinado Emil Cioran e o terror místico

Lâminas do Cotidiano: A essência da religião

Notou certa feita  o influente e heterodoxo filósofo socialista Martin Buber que a palavra religião não se encontra na Bíblia. Esse fato seria apenas mais uma platitude no que concerne à hermenêutica dos livros sagrados se não nos revelasse algo bastante importante e profícuo do ponto de vista da epistemologia da religião. Pode o ser… Continue a ler Lâminas do Cotidiano: A essência da religião

Lâminas do Cotidiano: Dostoievski e a questão da liberdade

Dostoievski (1821-1881) possuía não apenas uma visão pessimista como também verdadeiramente trágica da condição humana. Isto significa, em um primeiro momento, a tenaz suspeita de que a pretensão do homem à autossuficiência (que a filosofia grega denominou auto pistis) está preliminarmente fadada ao fracasso. Mas quais seriam as causas dessa incapacidade estrutural? Essencialmente, duas: a… Continue a ler Lâminas do Cotidiano: Dostoievski e a questão da liberdade

Lâminas de um Cotidiano: Passeio de um cão

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O cão anda ao meu lado movimentando as quatro patas, de vez em quando soergue a cabeça e olha em minha direção procurando meus olhos e meus olhos esbanjam reciprocidade. Mas o quê ele está meditando ali embaixo? Será que esse humano não percebe que estou precisando comer urgentemente um filezinho? Quando chegarmos em casa… Continue a ler Lâminas de um Cotidiano: Passeio de um cão

Lâminas do Cotidiano: O enlevo dos anjos

No alto do Gólgota o poeta crucificado Suspira pela última vez doando seu espírito Ao Deus Pai que mora em todas as direções Aonde o vento sopra amorosamente. De seu corpo transpassado pela espinheira da dor Viceja nos poros entreabertos, anjos folgazões Que acorrem aos céus como anunciadores De uma verdade teúrgica revelada. É que… Continue a ler Lâminas do Cotidiano: O enlevo dos anjos

Lâminas do Cotidiano: A sagração do outono

O vento crispava furioso o outono inaugural Ricocheteando o cabelo ruivo da moça apresssada Que singrava pela avenida repleta de passantes, carros e Aquele barulho peculiar da loucura contemporânea. Dentro do peito adoecido ninguém suspeitava o Ser Desenganado pelos médicos e socorrida por canabidiol Tão potente quanto lamentavelmente incapaz de conter A insidiosa infecção que… Continue a ler Lâminas do Cotidiano: A sagração do outono