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Távola Redonda: Amargas ausências no enterro do Rei

Não iremos falar aqui sobre os feitos de Pelé, tal reconhecimento foi feito na edição anterior, como você pode conferir no site do Jornal DR1, porém é necessário falar, nesta edição, sobre pessoas importantes que não fizeram questão de dá-lo o último adeus.

Na última terça-feira (3), o corpo de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, foi enterrado na cidade de Santos. O velório aberto ao público durou exatas 24 horas, marcado por muitas homenagens, porém com ausências significantes.

Grandes nomes do futebol brasileiro, simplesmente, não apareceram. A gente deixa os nomes do futebol estrangeiro de fora, uma vez que Pelé estava em uma cidade “distante”, em época de fim e já não se contava tanto com a presença destes.

Mas faltarem os nossos?

Pelé não é rei por imposição, é rei por direito, inclusive neste caso não se faz valer a máxima de “rei morto, rei posto”. O futebol brasileiro passa por um momento difícil, não só dentro de campo, nem só se falando de seleção, mesmo que aqueles quatro minutos finais da prorrogação ainda ecoem no imaginário do torcedor.

Pelé não morreu, alcançou o panteão dos deuses que sempre lhe foi por direito. O problema é que os meros mortais, por mais craques que possam ser, deram uma baita bola fora.

Com exceção de Mauro Silva, que atualmente é vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, nenhum integrante da seleção de 1994 ou da seleção de 2002, dois últimos títulos do Brasil e os únicos após a “Era Pelé”, compareceu ao adeus final ao maior jogador de todos os tempos.

Além do mais, duas décadas depois, um desportista voltou a ocupar a chefia do Ministério dos Esportes, agora com a ex-jogadora de vôlei, Ana Moser. Pelé já ocupou tal posto entre 1995 e 2001 e mesmo assim a Ministra não teve a consideração de ir ao velório. Pelé não é apenas o cara do futebol, é o cara do esporte, por isso, o Comitê Olímpico Internacional o elegeu Atleta do Século XX, mesmo sem ter jogado uma edição sequer dos jogos.

Ana Moser como um dos nomes fortes do vôlei brasileiro deveria entender isso e estar presente. Pelo menos, o atual presidente compareceu, de certa forma, é um reconhecimento do Estado aos serviços prestados por talvez o brasileiro mais influente de nossa história.

Tudo isso reforça que o brasileiro não gosta de esporte, gosta de vencer. O complexo de vira-latas segue firme. Na morte de Maradona muitos ficaram inconsoláveis, admiraram as atitudes argentinas, mas foram incapazes de fazer metade pelo nosso, pelo maior de todos.

Desculpa Pelé, eles não sabem o que fazem.

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