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Serra: O Estado de Pernambuco III

Chegamos ao fim de nossa viagem pela história de Pernambuco…

A Capitania de Pernambuco tinha sido durante o ciclo da cana-de-açúcar e no início do século XIX, o mais importante núcleo econômico do Brasil. No Período Imperial, a província de Pernambuco era uma das mais importantes do país. Recife só perdia  em importância política e econômica para o Rio de Janeiro. Todavia a economia da província é afetada pela decadência do açúcar e do algodão. A estrutura agrária herdada do período colonial se mantém baseada no latifúndio e um pequeno número de famílias proprietárias controlava a maior parte das terras. Neste período  imperial se destaca dois grandes movimentos separatistas:

Confederação do Equador (1824)

Representou a principal reação contra a tendência absolutista e política centralizadora de Dom Pedro I , esboçada na Carta Outorgada de 1824, a primeira Constituição do País. O conflito possuía raízes em movimentos anteriores , na região, a Guerra dos Mascates e a Revolução Pernambucana. Além disso, a província se ressentia ao pagar as elevadas taxas para o Império. Pernambuco esperava  que a  primeira Constituição  do Império fosse do tipo federalista e que daria autonomia para as províncias resolverem suas questões.

A repressão foi severa por parte de Dom Pedro I, que contratou tropas no exterior, comandadas por Thomas Cochrane, para seguirem para Recife. Os rebeldes foram subjugados e vários líderes, como Frei Caneca, foram enforcados ou fuzilados.

A província sofre, com isso, uma redução de sua extensão territorial, de 250km² para 98km².

Revolução Praieira (1848-1850)

A Monarquia brasileira era duramente contestada pelas novas ideias liberais da época. Além do descontentamento com o governo imperial, grande parte da população mostrava-se insatisfeita com a concentração fundiária e do poder político na província. Foi neste contexto que surgiu o Partido da Praia criado para opor-se ao Partido Liberal e ao Partido Conservador, ambos dominados por duas famílias poderosas que viviam fazendo acordos políticos entre si. A luta armada começou em novembro de 1848. Em Olinda os líderes praieiros lançaram o “Manifesto  ao Mundo” e passaram a lutar contra as tropas do governo imperial, que interveio e pôs fim à maior insurreição ocorrida no Segundo Império.

Nos primeiros anos do Brasil República, Recife era muito influente e só perdia em importância política e econômica para o Rio de Janeiro. Em 1910 a cidade pretendia tornar-se moderna, tal como Paris, através da reforma do porto e com a construção de largas avenidas, sem se preocupar com a preservação dos edifícios históricos, muitos dos quais, completamente demolidos. Iniciou-se, então, um período de agitação cultural. A Belle Époque mostrou a busca de novas linguagens para traduzir as velozes mudanças trazidas pelas novas técnicas.

Em 26 de julho de 1930 o advogado e político João Pessoa, que tinha sido naquele ano candidato a vice-presidente, na chapa encabeçada por Getúlio Vargas e derrotado por Júlio Prestes foi assassinado por João Duarte Dantas, na confeitaria Glória, no Centro de Recife. O crime foi um dos estopins da Revolução de 1930.

Pernambuco é uma das 27 unidades federativas do Brasil. É o décimo mais rico do país . Está localizado no centro leste da região Nordeste e tem como limites os estados da Paraíba (N) , do Ceará (NO) , de Alagoas (SE), da Bahia (S), e do Piauí (O) , além de ser banhado pelo oceano Atlântico (L). Ocupa uma área de 98.146.315km². Também faz parte do território o Arquipélago de Fernando de Noronha. Sua capital é a cidade de Recife ( a sede administrativa é o Palácio do Campo das Princesas) . O atual governador é Eduardo Campos.

O Estado é o sétimo mais populoso do país e sua capital Recife, é o município mais populoso e sua região metropolitana é o maior conglomerado do Nordeste brasileiro. Recife é o principal centro cultural, industrial, comercial e universitário de Pernambuco, exercendo forte influência regional, que se estende pelos estados vizinhos. Na região metropolitana do Recife se encontram Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista, respectivamente, segundo, terceiro e quarto municípios mais populosos do Estado. Outros municípios importantes são Vitória de Santo Antão e Goiana, na Zona da Mata; Caruaru e Garanhus, no Agreste; Petrolina, na região do São Francisco; Serra Talhada, Arcoverde e Araripina, no Sertão.

Foi uma das primeiras regiões do Brasil a ser ocupada pelos portugueses.  Pernambuco foi, também, um dos mais importantes núcleos econômicos nos primórdios do período colonial. O Estado teve participação em diversos episódios da história brasileira, servindo de berço a movimentos de caráter nativista ou de ideais libertários como a Guerra dos Mascates, a Revolução Pernambucana , a Confederação do Equador e a Revolução Praieira, mas perdeu peso político e econômico a partir do século XVIII, com o deslocamento econômico para a região sudeste do Brasil.

Conhecido por sua ativa e rica cultura popular, Pernambuco é o berço de várias manifestações tradicionais, como o frevo, o maracatu e os pastoris, bem como detentora de vasto patrimônio histórico, artístico e arquitetônico, sobretudo no que se refere ao período colonial. O Estado deu origem a grandes romancistas e poetas brasileiros, como Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto, e participou do movimento de renovação e internacionalização das artes visuais brasileiras, com Cícero Dias e Vicente do Rego Monteiro. Na década de 1990, surgiu em Pernambuco o mangue beat amálgama do rock, do pop, do rap e do funk com os ritmos locais.

O Estado logrou notáveis avanços nos indicadores sociais nas últimas décadas reduzindo, por exemplo, a mortalidade infantil e a taxa de analfabetismo.

Marcado por uma lenta progressão econômica durante a maior parte do século XX, Pernambuco possui o décimo maior produto interno bruto (PIB) do Brasil e o segundo maior da região do Nordeste, atrás apenas da Bahia. O pequeno crescimento não foi o suficiente para absorver a mão-de-obra egressa do campo, o que gerou grande fluxo migratório para outras regiões do país. Nos últimos 30 anos , todavia, o Estado assiste a uma importante mudança em seu perfil econômico, tornando-se menos dependente do setor agrícola. Além da importância crescente do setor terciário, sobretudo das atividades turísticas, o setor industrial possui grande peso regional. A região Metropolitana do Recife se destaca como uma dos principais pólos industriais do Nordeste, ao lado de Salvador. Mais recentemente, grandes investimentos nos setores petroquímico, biotecnológico, farmacêutico e automotivo deram novo impulso à economia do Estado que vem crescendo acima da média nacional. Só o complexo industrial portuário de Suape tem o poder de triplicar o PIB de Pernambuco até 2030.

A bandeira de Pernambuco

Foi originada na Revolução Pernambucana de 1817, sendo oficializada no seu centenário em 1917, através do decreto número 459/1917 pelo governador Manuel Antônio Pereira Borba.

Na bandeira oficializada a cor azul do retângulo superior simboliza a grandeza do céu pernambucano; a cor branca representa a paz; o arco-íris simboliza a união de todos os pernambucanos; a estrela caracteriza o estado no conjunto da Federação, na bandeira nacional é representado por Denebakrab ( Mu’ Scorpiion – Denebakrab Scorpii é uma estrela na direção da constelação de Scorpius) o sol é a força e a energia do povo pernambucano e , finalmente, a cruz que representa a justiça e o entendimento.

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