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Com Forrozim Solidário é assim: amor ao forró, amor ao próximo

Por Sandro Barros

Inicialmente, o Forrozim era um grupo de mais de 50 pessoas no Rio de Janeiro, conectados por um amor: o forró. Os encontros para dançar eram regulares e em vários locais da cidade, mas eles também aconteciam em datas especiais, como carnaval, Páscoa, Natal, quase sempre na casa de Meily Meirelles, a Mel, professora e diretora de escola municipal no Rio e organizadora desse festeiro grupo. Começou pequeno, mas aos poucos foi aumentando, não somente em quantidade, mas também em amizade.

Com essa proximidade e após muitos bate-papos, surgiu a ideia que iria acrescentar outro sentido a muitos dos seus participantes: solidariedade. “Começamos a conversar sobre questões mais humanitárias, como bondade, transformação, das coisas que não achávamos legais no dia a dia”, diz Mel. Não demorou muito e, em 8 de novembro de 2015, nascia o Forrozim Solidário.

Um mês após o seu surgimento, o Forrozim Solidário fez a sua primeira atividade: na noite de 25 de dezembro, justamente nessa data tão especial, entregou cerca de 25 quentinhas de macarronada em uma praça da Saens Peña, na Tijuca, Zona Norte carioca, bem perto de onde morava Mel.

“Em seguida começamos a fazer essa distribuição de refeições, mensalmente no início, e depois de 15 em 15 dias, sempre na Tijuca”, cita a educadora, que cedia a sua casa para preparação das quentinhas e também para reunir tudo que eles arrecadavam em campanhas de alimentos e de roupas para abrigos e orfanatos. A partir daí o grupo de voluntários do bem cresceu. Ao ficarem sabendo da sua existência, mais pessoas foram entrando, inclusive moradores de outros bairros.

Para darem conta de várias ações, eles se comunicavam meio que no boca em boca, mas isso iria mudar em junho de 2016. “Em um desses encontros de forró, um publicitário conversou com a gente e disse que deveríamos fazer nossa divulgação no Facebook, nas mídias, de uma forma geral, pois isso seria interessante para que mais pessoas pudessem participar. Não tínhamos essa divulgação antes porque entediamos que caridade é algo que se faz de ‘boca calada’, mas acabamos nos convencendo da sua importância. Fizemos então um vídeo e o postamos no Face, explicando quem éramos e nossos objetivos. A partir daí o Forrozim Solidário cresceu muito”, relembra Mel.

‘Alimento também para a alma’

E o crescimento se traduzia em mais ações, mais amigos, inclusive com músicos de forró. Já em 12 de agosto de 2016 fizeram o seu primeiro evento. E a própria Mel relembra como foi. “Conseguimos uma parceria com um local e cobramos como valor de entrada uma lata de leite em pó. A banda Mala e Cuia topou tocar de graça e convidou outras bandas. Acabou virando um ‘festival de forró’, que foi das 19h até às 6h do dia seguinte. Todo o leite arrecadado foi doado para o asilo Lar de Francisco e para o abrigo Lar Maria de Lourdes”. O sucesso desse evento foi tanto que animou o Forrozim Solidário a realizar muitos outros, arrecadando alimentos para instituições, sempre embalados pelo bom forró.

Focado no lema ‘fazer a diferença que você quer ver no mundo’, o grupo acabou se expandindo, passando a distribuir refeições semanalmente também no Méier e no Recreio dos Bandeirantes, esse último a partir da mudança de residência da Mel, em abril de 2017, para Vargem Pequena. “Sabemos que uma quentinha uma vez por semana não é o suficiente, mas a gente tem um particular em nossa entrega, que só não está sendo possível nesse momento por conta do coronavírus, que é também distribuir carinho, com abraços e beijos. Afinal, somos todos irmãos. Levamos não só o alimento para o estômago, mas também o alimento para a alma!”, explica Mel.

E por falar em pandemia, ela não é suficiente para desanimar o grupo, atualmente uma comunidade com mais de 100 pessoas: agora já são distribuídas 150 refeições semanais, às vezes mais, nos três bairros, além de lanches e cestas básicas. “Todos nós nos sentimos muito gratos pela oportunidade de ajudar. É como se Deus nos capacitasse como instrumentos para executar essas ações de amor. É um presente perceber quantas pessoas se tornaram solidárias nesse momento”, diz Mel, que é acompanhada nesse propósito por sua mãe, dona Roseny, de 90 anos, e de sua irmã, Marynês Meirelles, também educadora e colunista do Diário do Rio.

Quem quiser colaborar com essas ações pode entrar em contato, via WhatsApp, pelo número (21) 99676-7711. E para saber mais sobre o Forrozim Solidário, visite a sua página no Facebook. E lembre-se: fazer o bem faz bem!

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