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Deleite Linguístico: A vida como ela é….

O texto de hoje, Meus Caros Leitores, poderia ser mais um de Nelson Rodrigues, cronista dos dissabores mundanos; mas é de minha autoria, a partir do relato de um jovem de quem fui professora e sou, com extremo orgulho, amiga e mãe do coração! Seu nome é Pedro Vilhena, o mineiro de Cambuquira, Estância Hidromineral do sul de Minas, detentora da melhor água mineral do planeta. Pedro é filho de Fátima de Vilhena Almeida, bibliotecária que sempre o incentivou à leitura dos livros de Júlio Verne e Carl Sagan. Pedro sempre foi entusiasta da aviação e da astronomia. Saiu do ninho muito cedo, aos 13 anos, mudando-se para o Rio, onde morou em Vila Isabel com foco em ser aprovado em Escolas Militares.

Mediante o auxílio de um grande mentor, o prof. Décio Ignácio da Silva, foi se qualificando em exatas, especialmente em geometria e em álgebra, com aulas particulares gratuitas. Oriundo de escola pública, foi bolsista do extinto Colégio e Curso Expressão do Ensino na Tijuca, onde lecionei. Foi lá que a vida me uniu a Pedro. Seu primeiro objetivo era voar na FAB, prestando concurso para EPCAR, onde ficou na reserva das vagas. Não esmoreceu, afinal frequentou a ‘Escola de Vida’ que, como o próprio samba diz, “foi um Rio que passou em minha vida”, etapa essencial para consolidação de valores, de vivências e de aprendizagens.

Retornou para Minas, ingressando na Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Após um acidente durante o curso de formação, foi obrigado a trancar a matrícula com possibilidade de retomar a formação no ano posterior, mas optou por reviver o objetivo primeiro que era voar. Tentou, assim, o concurso da AFA, mas teve a infelicidade do desligamento por queda da liminar em decisão burocrática pelo Comando da Aeronáutica e precisou nortear novamente seus objetivos. Pedro não desistiu! Cursou Engenharia de Controle de Automação na Universidade Federal de Lavras e trabalha com auditoria na empresa de bebidas AB InBev.

Tornou-se microempresário, atuando no segmento de transportes. Pedro deu-me a seguinte lição: “De todos os desafios, empreender talvez seja o maior, pois requer resiliência e abnegação, é preciso entregar sempre mais do que o esperado, reduzir horas de sono e apresentar soluções imediatas em momentos de crise. Pensar quando todos estão desesperados e agir com antecipação ao problema e entregar soluções. Considero os anos de cursinho pré-militar, com cobrança extrema em resultados, ambiente de competição saudável, essenciais no processo de formação.

Apesar dos dissabores, repetiria todo caminho. O mais importante não é a chegada, mas a trajetória que percorremos e as pessoas que conhecemos. Isso nos faz valorizar ainda mais os bens mais preciosos que possuímos: a família e os verdadeiros amigos. Tudo isso faz parte de nossa evolução.”.

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